Ministério da Agricultura negoceia gado na Namíbia
Uma delegação liderada pelo secretário de Estado para o Sector Empresarial Agrícola, Carlos Alberto Jaime Pinto, termina amanhã uma visita de trabalho de quatro dias à Namíbia, para negociar com as autoridades do país vizinho a compra de gado bovino, noticiou ontem a Angop.
O gado a ser adquirido é para o povoamento pecuário do Planalto de Camabatela e a operacionalização do matadouro local, refere em comunicado o Ministério da Agricultura. Integram a delegação angolana o director do Gabinete de Desenvolvimento Agrário de Camabatela, Isaías António, o director-geral-adjunto do Instituto de Serviços de Veterinária, Edgar Dombolo, e empresários nacionais ligados ao ramo agropecuário.
O povoamento do Planalto de Camabatela prevê a introdução de 58.751 cabeças provenientes da Namíbia e Botswana em nove anos, período em que as previsões apontam para o alcance da auto-suficiência na produção de animais para o funcionamento do matadouro.
Com uma área de 1,410 milhões de hectares, o planalto de Camabatela, abarca os municípios de Ambaca e Samba Caju, no Cuanza Norte, Cacuso e Calandula, na província de Malanje, Negage, Puri, Bungo, Alto Cauale, Cangola, Damba e a província do Uíge. Em Março, o secretário de Estado anunciou que o recém-construído Matadouro Industrial de Camabatela, no município de Ambaca, entra em funcionamento em Junho, com uma capacidade de abate de 200 bovinos e 300 pequenos ruminantes por dia, perfazendo um total de 53 toneladas de carne por dia.
Carlos Alberto Jaime Pinto avançou essa informação à imprensa no termo de uma visita a Ambaca, para avaliar o grau de capacidade das fazendas e unidades pecuárias da região para receber as primeiras cabeças de bovinos, no âmbito do programa de repovoamento animal do Planalto de Camabatela.
Naquela altura, disse, decorriam negociações entre o Ministério da Agricultura e o grémio dos criadores de gado do planalto para entrega da gestão do matadouro à Cooperativa Pecuária do Planalto de Camabatela (Cooplaca).
Carlos Alberto Jaime Pinto anunciou que, ainda naquele período, estavam a ser adquiridos cerca de três mil animais para o funcionamento do matadouro, que já pode prestar serviços de abate de espécies locais, caso os criadores o solicitem.
O plano do Governo para o matadouro é o de povoar a região com gado importado da Namíbia, Botswana e Brasil e receber o primeiro contingente de produção local em 2020, prevendo-se o alcance da auto-suficiência e da produção animal em 2022.