Famílias realojadas em áreas seguras
A Comissão Municipal de Viana de Protecção Civil e Bombeiros registou, há já algum tempo, as famílias que vivem em moradias construídas em áreas de risco para serem realojadas na zona do Tande, no âmbito de um programa de autoconstrução dirigida, informou, terça-feira, o administrador adjunto para a Área Técnica.
Fernando Binje, que falava à Angop depois de ter chovido em vários bairros de Luanda, informou que, em Viana, ficaram inundadas 944 moradias, a maioria construída sobre linhas naturais de águas pluviais.
Os bairros mais afectados foram os Quilómetros 9 A e B, 12 A, Zango I, II e II, Capalanga e Mulenvos de Cima, em cuja última localidade existe uma lagoa que transbordou.
Os Serviços Técnicos da administração do município de Viana conseguiu no mesmo dia uma motobomba para fazer a sucção da água.
A inundação de moradias repetese todos os anos, por terem sido construídas em linhas naturais de águas pluviais, situação que deu origem à realização de um processo de registo das famílias para serem realojadas depois da conclusão do trabalho de loteamento na zona do Tande.
O administrador adjunto de Viana garantiu que o trabalho de loteamento fica concluído dentro de 20 dias, após o que se vai passar para a fase de realojamento das famílias já cadastradas pela Comissão Municipal de Viana de Protecção Civil e Bombeiros. Quando lhe foi perguntado sobre a situação das famílias que vivem em casas de chapa no Zango, Fernando Binje referiu que também vão ser atendidas, mas a prioridade é para as pessoas provenientes da Ilha do Cabo, onde foram cadastradas 3.500 famílias, das quais mil já estão realojadas.
Na área do Zango onde vivem pessoas em casas de chapa de zinco o número de famílias cresceu para oito mil, depois da chegada ao local de pessoas estranhas ao processo de realojamento, um problema que deve ser denunciado e combatido, defendeu o administrador adjunto do município de Viana.
“Tão-logo tenhamos as condições criadas para o realojamento das 2.500 pessoas cadastradas no Zango, vamos reatar o processo”, garantiu Fernando Binje, para acrescentar que as eventuais reclamações dos “invasores de espaços”, não vão ser consideradas. “Os invasores não vão receber lotes de terreno, mas sim responder a um processo-crime”, declarou o responsável, assegurando também que a Polícia e o Serviço de Investigação Criminal (SIC) estão já a trabalhar no assunto.
Construções anárquicas
O administrador adjunto para a Área Técnica considerou elevado o índice de anarquia criada por cidadãos que constroem à noite e, quando o Serviço de Fiscalização demole de dia, voltam a construir no período nocturno. “As construções anárquicas acontecem em vários pontos de Viana, em zonas de risco, em linhas naturais de águas pluviais, além de haver pessoas a usurparem terrenos alheios, a infiltrarem-se em projectos de realojamento, a ocuparem ilegalmente terrenos, entre outras infracções”, lamentou o responsável.
Fernando Binje disse que, perante a anarquia, não é possível a Polícia e a Fiscalização controlarem tudo, daí ser necessária uma mudança de mentalidade das pessoas.
A Administração do Município de Viana, garantiu Fernando Binje, vai continuar a realizar campanhas de sensibilização para desencorajar a prática de acções que não ajudam no desenvolvimento do município.
Depois do realojamento das pessoas já cadastradas, o município de Viana vai fazer a comercialização pública de terrenos.