Brasil muda de estratégia para travar febre-amarela
O último boletim sobre a febreamarela no Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde, dá conta da morte de 202 pessoas em decorrência da doença, estando já a epidemia a ser considerada a pior desde a década de 70.
O Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde alertou que a situação actual é mais grave do que os registos do último grande surto, ocorrido entre 2007 e 2008, quando houve 48 casos confirmados e 28 mortes. Em 2016, foram confirmados apenas sete contaminações, mas este ano já são 2.210 casos suspeitos, sendo que 604 foram confirmados e 552 estão a ser ainda investigados.
Para tentar travar o surto, o Governo brasileiro mudou de estratégia e, na semana passada, passou a adoptar a dose única, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que garante protecção durante toda a vida. Assim, a população que não vive nas áreas de recomendação ou não se vai dirigir a essas áreas não precisa de ser por enquanto vacinada. “A partir de agora, as pessoas que já tomaram uma dose, não precisam de ser mais vacinadas contra a febre-amarela ao longo da vida”, afirmou o ministro Ricardo Barros.
A vacinação de rotina para a febre-amarela é aplicada em 19 estados - Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo também oferecem a vacina.
Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 21,6 milhões de doses extras foram enviadas para as áreas de risco. Além disso, foram distribuídas, desde Janeiro deste ano, 4,4 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação. Para tentar bloquear o avanço da febre-amarela, o Ministério da Saúde entregou uma verba aos municípios considerados prioritários.