Grupo exibe peça no Camões
O espectáculo “O guerrilheiro chorão”, uma homenagem da companhia de teatro Semente Viva a todos os heróis que lutaram pela independência do país, é apresentado hoje, às 18h30, no auditório Pepetela, do Camões Centro Cultural Português, em Luanda.
A peça, com direcção de Pinto Fiel e encenação de José Silveira Teixeira, retrata alguns momentos vividos pelos combatentes angolanos que, com patriotismo e destemidos confrontaram o colono português para ver o país autónomo.
“O guerrilheiro chorão”, no género drama, foi montado com base em letras de canções da década de ouro da música angolana e de reputados artistas, considerados como temas de intervenção durante a luta de libertação e que transmitiam motivação e esperança para os angolanos. O texto e as cenas do espectáculo traduzem e levam a interpretar melhor os temas “Guerrilheiro”, de David Zé, “Cartilha de saudade”, de Jacinto Tchipa, “Belina”, de Artur Nunes, “Choro de Oliveira”, do conjunto Os Anjos, “Desespero”, de Zé do Pau, “Pra quê viver”, de Fiel Muhongo, “Minha viola”, dos Irmãos Almeida, e “Morrer em Angola” (canto popular militar).
As referidas canções também são tocadas ao longo do espectáculo de forma a fazer que o público perceba melhor a peça, cujas passagens transportam as pessoas para uma dimensão de memória e evocação de tempos dramáticos, de luta e resistência, alimentados pela esperança da mudança.
Os actores destacam, durante a peça, nomes de alguns heróis nacionais que na época colonial lutaram pela independência do país.
De acordo com sinopse, “O guerrilheiro chorão” conta a história de um combatente que enfrenta as maiores vicissitudes da vida para servir a sua pátria, na luta pela independência de Angola. Carlos Fiel, actor que faz o papel de militar, sofre e chora por ter deixado para trás pessoas próximas e queridas, como a mãe, a mulher e a filha.
O elenco tem ainda os actores Divino Salvador (comandante), Eleane Ester (mãe e esposa) e Baudu “The Power” (pianista).
Com direcção artística e produção de José Esteves Cacunga (Stive), a peça estreada em 2010, na Liga Africana, visando saudar o mês do Herói Nacional, Setembro, fez parte da programação do Festival de Teatro Angolano (Festa), inserido na segunda fase da III Trienal de Luanda, que decorre de 12 de Janeiro a 30 de Junho de 2017 no Palácio de Ferro, na baixa luandense.
O grupo de teatro, anteriormente denominado Semente Lírica, existe há 12 anos, é resultado da união do grupo Henda ya Nzambi e do coral da Igreja Metodista Unida de Monte-Sinai.