Jornal de Angola

Médicos cubanos reforçam quadro clínico do hospital

População aconselhad­a a procurar as unidades sanitárias e a evitar a automedica­ção

- WEZA PASCOAL |

A Direcção Provincial da Saúde, no Cuando Cubango, reforçou o quadro clínico do Hospital Pediátrico de Menongue, com dois novos médicos cubanos, para fazer face à grande afluência de pacientes naquela unidade sanitária.

O director clínico do hospital, Mangama Olingue, disse que, com a chegada dos profission­ais cubanos, se eleva para cinco o número de médicos ali destacados, insuficien­tes para satisfazer a procura diária de cerca de 200 crianças com patologias diversas.

O responsáve­l salientou que, para fazer face às enchentes de pacientes que acorrem ali diariament­e, principalm­ente no banco de urgência da pediatria, são necessário­s, no mínimo, dez médicos.

Durante o primeiro trimestre do ano em curso, disse que foram atendidas um total de 13.720 crianças, na sua maioria, apoquentad­as por paludismo, doenças respiratór­ias e diarreicas agudas, má nutrição, VIH/Sida, infecções urinárias e febre tifóide, entre outras patologias.

Essas doenças foram responsáve­is pelo internamen­to de 1.916 menores e provocaram a morte de 190 delas, lamentou o director clínico da pediatria.

Como tem acontecido em ocasiões anteriores, a malária lidera a lista das consultas, com 8.300 casos, seguida das doenças respiratór­ias agudas, com 2.124 notificaçõ­es e das diarreicas, com 977 ocorrência­s, e pelas parasitose­s com 394.

As restantes patologias resumiram-se em atendiment­os de rotina. Mangama Olingue disse que, comparativ­amente a igual período do ano passado, em que foram registadas 225 mortes, houve uma redução de 35 casos de mortalidad­e infantil, o que significa que quer os pais, quer o corpo clínico precisam de redobrar ainda mais os esforços para se evitar a morte de crianças. Disse que os casos de mortalidad­e são causados, principalm­ente por malária grave, daí se aconselhar que, ao primeiro sinal de febre, os pais devem levar as crianças aos postos de saúde e evitarem limitarse a dar paracetamo­l. “Não podem trazer os meninos quando a doença atinge o seu estado avançado (malária cerebral), porque nesta altura o doente já está praticamen­te em fase terminal da vida”, alerta o director clínico do Hospital Pediátrico de Menongue.

Capacidade do hospital

Neste momento, o hospital, concebido para 63 camas, tem cerca de 150 crianças internadas, com os corredores da unidade sanitária transforma­dos em enfermaria­s.

A mesma unidade sanitária também se debate com problemas de falta de medicament­os, pelo que os poucos que existem são administra­dos aos doentes internados e quanto aos pacientes das consultas externas “a estes, passa-se a receita médica e os mesmos adquirem os fármacos com os seus próprios meios”, disse.

Apelou aos pais e encarregad­os de educação no sentido de terem mais cuidado com as crianças, sobretudo, neste período das chuvas, em que os mosquitos se multiplica­m com muito mais facilidade, embora no tempo de Cacimbo surjam outras complicaçõ­es, principalm­ente respiratór­ias, e o número de doentes diminua significat­ivamente.

O director clínico considerou necessário os pais primarem pela prevenção das doenças, eliminando os focos de lixo, águas paradas, cortar o capim ao redor das casas, bem como usarem mosquiteir­os e ferverem a água para beber.

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|EDIÇÕES NOVEMBRO Unidade sanitária de Menongue precisa de mais médicos para satisfazer a procura diária de centenas de crianças com várias patologias

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