Ajuda a necessitados aquém das promessas
As Nações Unidas receberam apenas 21 por cento dos 4,4 mil milhões de dólares de que precisam este ano para ajudar milhões de pessoas que enfrentam risco de fome no nordeste da Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iémen, revelou ontem o Escritório dos Assuntos Humanitários da ONU.
A agência da ONU, que necessita de apoio urgente para promover acções de prevenção e resposta, calcula que cerca de 20 milhões de pessoas nestes países precisam de ajuda em alimentos, artigos de saúde, nutrição, água, saneamento e higiene.
A denúncia do Escritório dos Assuntos Humanitários da ONU é feita numa altura em que as necessidades humanitárias globais estão em níveis sem precedentes, sendo preciso um total de 22,8 mil milhões de dólares para atender a quase 100 milhões de pessoas. De acordo com a Visão Global Humanitária, lançada em Dezembro do ano passado, foram pedidos 22,2 mil milhões de dólares com a soma de novos apelos feitos por países como Quénia, Madagáscar, Moçambique e Peru.
Estes dados são divulgados depois de a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) alertar que o risco de fome aumenta rapidamente por causa da seca e dos conflitos na Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iémen. Nas áreas mais afectadas, as colheitas fracassaram e as taxas de desnutrição sobem particularmente entre crianças.
No Sudão do Sul, mais de um milhão de pessoas estão à beira de passar fome. Em Fevereiro a ONU declararam a situação de fome em algumas áreas da nação mais jovem do mundo. Aagência chamou a atenção para o risco de mortes em massa devido à fome enfrentada pelas populações no Corno de África, no Iémen e na Nigéria, e referiu que o problema é que “as crises humanitárias na África Subsaariana tendem a ser sempre ignoradas até que seja tarde de mais”.