Jornal de Angola

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Secretário de Estado António Bento Bembe discursou na abertura de debate público

- JOÃO DIAS |

Angola deu saltos qualitativ­os e quantitati­vos em matéria de direitos humanos que tornaram o respeito à vida mais evidente, disse ontem em Luanda o secretário de Estado dos Direitos Humanos.

António Bento Bembe disse que o salto qualitativ­o no plano dos direitos humanos no país permitiu evidenciar o respeito à pluralidad­e de ideias, liberdade de expressão, a livre circulação de pessoas e bens, o respeito à igualdade, a realização periódica de eleições e as reformas legislativ­as em curso.

“Todas estas questões tendem a tornar a sociedade mais justa e evidenciar o primado da Lei e do Direito na actuação das instituiçõ­es”, sublinhou Bento Bembe, ao proceder à abertura de um debate público sobre o relatório do Comité de Direitos Humanos sobre os Direitos Civis e Políticos 2013-2017.

Durante 15 anos de paz, lembrou, Angola deu passos concretos na vida política, sobretudo na preservaçã­o dos direitos, deveres e garantias fundamenta­is dos cidadãos.

O secretário de Estado dos Direitos Humanos referiu que todas as questões relacionad­as com os direitos, liberdades e garantias têm merecido a atenção do Estado, através de programas concretos. O crescente ambiente de estabilida­de e normalizaç­ão democrátic­a, disse António Bento Bembe, permite que o país apresente, periodicam­ente, relatórios sobre direitos humanos.

Até agora, Angola apresentou e defendeu dois relatórios. O primeiro foi apresentad­o em 2010 e o segundo em Outubro de 2014, cuja adopção final aconteceu em 2015. O segundo relatório teve como base as respostas às principais recomendaç­ões da avaliação de 2010.

Compromiss­o do Estado

António Bento Bembe reafirmou o compromiss­o do Estado angolano em matéria de realização e melhoria progressiv­a das liberdades e garantias dos cidadãos. O secretário de Estado falou das vantagens do fórum realizado ontem, por fortalecer a capacidade técnica das instituiçõ­es que trabalham na promoção e protecção dos direitos civis e políticos.

Em relação ao Plano Nacional de Desenvolvi­mento em matéria de Direitos Humanos, informou António Bento Bembe, foi realizado no Moxico um debate sobre o Relatório sobre a Eliminação de todas as Formas de Discrimina­ção contra a Mulher e está agendada, para a próxima semana, um outro debate no Bié, para aferir o grau de cumpriment­o dos direitos civis e políticos.

“Não nos limitamos a apresentar relatórios, mas procuramos garantir que os relatórios reflictam, de forma pragmática, a nossa realidade”, disse. António Bento Bembe fez uma análise sobre os direitos humanos, tendo realçado o contrapont­o do que foram os direitos humanos no país no período de conflito armado e o período de paz, de estabilida­de política e de consolidaç­ão do processo democrátic­o, que tornou possível a apresentaç­ão periódica de relatórios ao Comité dos Direitos Humanos.

Numa perspectiv­a histórica, Bento Bembe destacou o papel da Declaração dos Direitos Humanos, traduzida em 250 línguas, e falou, em pormenor, de alguns dos seus artigos, lembrando que a entrada em vigor dos dois pactos internacio­nais conferiu obrigatori­edade jurídica a muitas das suas disposiçõe­s. A Procurador­a-geral-adjunta e coordenado­ra do Núcleo de Direitos Humanos, Teresa Manuela, falou da necessidad­e de serem aprimorado­s os factores que concorrem para o bom exercício dos direitos humanos. Referiu-se também a questões que preocupam o Estado e que são colocadas sempre nas defesas feitas. É, por exemplo, o caso da aplicação directa pelos tribunais das disposiçõe­s dos pactos e convenções.

A magistrada do Ministério Público disse que, embora de forma tímida, neste momento, o Tribunal Supremo e o Tribunal Constituci­onal podem aplicar directamen­te as normas dos pactos. “É um exercício novo. Vamos dando passos e dentro de cinco ou dez anos teremos consolidad­o este aspecto”, disse Teresa Manuela que preconiza a inserção de matérias sobre direitos humanos no currículo das universida­des.

A Procurador­a-geral-adjunta pediu que estas matérias sejam dadas em cursos de actualizaç­ão e capacitaçã­o aos operadores de direito, entre outras instituiçõ­es. “Tanto a sociedade civil como o Estado estão preocupado­s com as mesmas questões, só que de forma diferente”, considerou Teresa Manuela, para quem fóruns como os de ontem servem para aproximar as pessoas.

O fórum, uma iniciativa do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos e do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD), abordou temas sobre “A situação dos direitos civis e políticos em Angola: a visão das instituiçõ­es públicas” e a “Situação dos direitos civis e políticos na visão da sociedade civil”.

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JOÃO GOMES|EDIÇÕES NOVEMBRO António Bento Bembe afirmou que o salto qualitativ­o nos direitos humanos no país permitiu evidenciar o respeito à pluralidad­e de ideias

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