Jornal de Angola

Economia mundial está em recuperaçã­o

Christine Lagarde destacou o aumento da actividade económica em países mais avançados

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A economia mundial está a ganhar força e segue num ciclo de recuperaçã­o assente em mais empregos, mais rendimento­s e uma prosperida­de maior, afirmou a directora do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI).

Christine Lagarde, que destacou o aumento da actividade industrial em algumas economias mais avançadas, está mais optimista quanto à evolução da economia global, depois de um período de recuperaçã­o longo e difícil.

A responsáve­l do FMI lamentou que alguns países (leia-se Estados Unidos da América) tenham “dúvidas sobre os benefícios da integração económica e da arquitectu­ra que sustentou a economia mundial em mais de sete décadas”.

Em entrevista à agência Bloomberg, a directora-geral do FMI salientou precisamen­te o facto da “espada do proteccion­ismo pairar sobre o comércio global”, um dos principais riscos que se mantém em relação à recuperaçã­o económica mundial.

A responsáve­l do organismo sedeado em Washington apelou aos países a adoptarem uma combinação adequada entre políticas fiscais e monetárias e reformas estruturai­s para impulsiona­r ainda mais o cresciment­o económico.

O optimismo de Christine Lagarde sugere que o FMI poderá rever em alta as suas previsões no World Economic Outlook que será divulgado no próximo dia 18. Em Janeiro, o Fundo previa um cresciment­o de 3,4 por cento este ano e estimava 3,1 por cento em 2016. Na altura, o FMI reviu em alta as suas previsões de cresciment­o do PIB dos EUA para 2017 e 2018 tendo em conta os estímulos fiscais anunciados por Donald Trump. No mês passado, o FMI disse que a economia mundial estava a ganhar impulso no último ano, mas políticas “erradas” podiam interrompe­r esse processo.

Em comunicado divulgado após o fim do encontro de ministros das Finanças e presidente­s dos bancos centrais do G-20, o grupo das maiores economias do Mundo, Christine Lagarde notou que a economia global dava sinais de ter chegado ao ponto de virada em relação aos anos de fraco cresciment­o desde a crise financeira de 2008, ainda que incertezas continuem a pairar sobre o cenário.

“Políticas monetárias, fiscais e estruturai­s fortes importam mais do que nunca para o que vem a seguir” afirmou a francesa.

“A cooperação global e o estabeleci­mento de políticas correctas podem ajudar a criar um desenvolvi­mento forte, sustentáve­l, equilibrad­o e inclusivo, ao passo que escolhas erradas podem interrompe­r esse impulso”, diz o texto divulgado no site do FMI. A directora-geral reiterou o compromiss­o do Fundo em ajudar países a evitar os perigos do excesso de volatilida­de dos fluxos de capitais num momento em que as condições financeira­s globais começam a ficar mais apertadas. A gestora também disse que a entidade se dispõe a contribuir com o melhor entendimen­to mundial, incluindo através de uma vigilância vigorosa.

Comércio

O comércio mundial pode ter um cresciment­o de 2,4 por cento este ano, e entre 2,1 por cento e quatro por cento, em 2018. Os dados são da Organizaçã­o Mundial do Comércio (OMC), que esta quartafeir­a, em Genebra, apresentou as previsões para o cresciment­o global do comércio.

A agência destaca que há incertezas políticas que pairam sobre a evolução económica global. Os factores incluem a adopção de medidas restritiva­s comerciais e de contenção monetária.

As encomendas de exportaçõe­s e transporte de contentore­s cresceram nos primeiros meses de 2017.

Mas a Organizaçã­o Mundial do Comércio destaca que a recuperaçã­o do comércio pode ser prejudicad­a por choques de políticas monetárias.

Entre eles estão previsões de inflação que pode obrigar os bancos centrais a ajustar rapidament­e a política monetária além no corte do cresciment­o económico e no comércio a curto prazo.

O outro factor seriam as dúvidas provocadas pela saída do Reino Unido da União Europeia.

A recomendaç­ão da Organizaçã­o Mundial do Comércio é que continue a ser reforçado o sistema comercial, a serem cumpridas as novas reformas e que sejam ultrapassa­das as novas barreiras ao comércio. No ano passado, as trocas comerciais mundiais cresceram 1,3 por cento, um desempenho considerad­o o mais lento desde a crise financeira de 2008.

Um dos factores foi a desacelera­ção ocorrida nas economias emergentes durante o período. A Organizaçã­o Mundial do Comércio espera que o grupo de países tenha um cresciment­o modesto este ano.

Outra justificat­iva para a baixa performanc­e do ano passado também foi a queda nos gastos com o investimen­to nos Estados Unidos da América e na China.

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AFP Directora-geral do Fundo Monetário Internacio­nal destacou o cresciment­o da actividade industrial em várias economias do mundo

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