Número de óbitos continua a preocupar
MALÁRIA NO CUNENE Director da Saúde alerta que a província pode vir a registar uma multiplicação de casos
A malária na província do Cunene atingiu, em 2016, 63.287 casos e 343 óbitos, cifra considerada muito alta, o que exigiu das autoridades sanitárias a multiplicação de esforços para o seu controlo. O ano anterior foi marcado por uma ligeira estabilidade, com um registo de 28.893 ocorrências e 265 mortes, informou o director provincial da Saúde.
Mendes Esteves, que falava à margem do primeiro encontro do ano do Fórum Provincial dos Parceiros de Luta Contra à Malária, reconheceu ter havido em 2016 um aumento acentuado de casos de malária e justificou que a situação se deve à ausência de muitas medidas de prevenção, provocada pelas dificuldades financeiras que o país atravessa nos últimos tempos.
As cifras foram consideradas pelos Parceiros de Luta Contra a Malária muito preocupantes, dada a responsabilidade que a província do Cunene detém quanto ao desafio nacional da erradicação da endemia, no quadro do esforço conjunto com a vizinha República da Namíbia. Os municípios de Ombadja e do Cuanhama foram considerados os mais endémicos.
O responsável alertou que a província pode vir a registar no final deste mês uma multiplicação de casos da doença, sobretudo na cidade de Ondjiva, onde se nota o surgimento de charcos no interior dos bairros, depois das enxurradas que caíram sobre a região. Para se ter uma ideia, disse que, só nos primeiros dois meses deste ano, foram diagnosticados 10 mil casos positivos, enquanto no mesmo período do ano passado o número foi de oito mil testes de malária.
Os Parceiros de Luta Contra a Malária concluíram que o elevado número de casos da doença que se regista desde o ano passado, devese à falta de implementação de medidas de prevenção, como a distribuição de mosquiteiros, campanhas de fumigação nas zonas residenciais, bem como o combate antilarval nos charcos, numa altura em que a província, em particular a sua capital Ondjiva, convive com uma onda de mosquitos que está a tirar sossego aos habitantes.
O encontro recomendou maior empenho dos parceiros na massificação da informação à população sobre a tomada de medidas de protecção contra os mosquitos, usando meios próprios, como roupas compridas à noite.
Deve ainda fazer uso de repelente, mosquiteiros, fumigação com folhas verdes apropriadas, assim como evitar águas paradas que facilitem a reprodução de mosquitos.
O Fórum Provincial de Parceiros de Luta Contra à Malária é uma organização constituída por instituições públicas e privadas, filantrópicas e religiosas, que tem como finalidade ajudar o Governo no combate a esta doença.