História de amor verdadeiro em peça de teatro
Uma verdadeira história de amor, como nos contos de fada, é o que nos propõe assistir o grupo Henrique Artes, amanhã, a partir das 20h00, no espectáculo “Zunga, amor e perfume”, no auditório do Instituto Médio Politécnico Alda Lara, em Luanda.
Numa comédia romântica, que estreou este ano, o amor é a maior riqueza de aproximação dos seres humanos, onde uma zungueira de beleza sem igual se apaixona por um engraxador da avenida Brasil, em Luanda, num naqueles dias agitados da capital.
A paixão da Maria e Paulino mudam o conceito do amor dos dias de hoje, um amor puro como água, que nasce nas agitadas ruas da cidade, um amor inquestionável de uma doçura única, disse, ao Jornal de Angola, o encenador Flávio Ferrão.
O encenador recordou que, embora Luanda se apresente actualmente como um dos principais cenários, onde cada elemento dessa sociedade procura “lutar” para a sua sobrevivência, a peça abre também uma excepção para o amor, contrariando os cépticos de que “já não existe amor verdadeiro no contexto actual nas grandes cidades.”
A peça, explicou, é essencialmente uma forma de poder mostrar às pessoas que ainda existe amor entre os seres, contrariando a teoria de que os bens materiais estão a sobrepor-se à fraternidade, à irmandade, ao espírito de tolerância e ao amor ao próximo, razão pela qual o grupo apresenta uma peça apelativa ao amor.
Preocupado com o espírito de desonestidade e falsidade cada vez mais visível entre as pessoas, Flávio Ferrão procura trazer à reflexão aspectos do quotidiano, onde o amor deve continuar a prevalecer e a imperar entre os homens, na tentativa de se resgatar os bons costumes que se vão diluindo com o passar dos anos.
Com uma hora de duração, a peça “Zunga, amor e perfume” é representada pelos actores: Tito Soares (engraxador Paulino), Nadiesda Goureth (zungueira Maria), António Kali e Yuri Guedes (fiscais). A peça tem como directora de espectáculo Indira Contreiras. Fundado em Luanda há 16 anos no Colégio Técnico Préuniversitário Henriques, por Flávio Ferrão, o grupo tem no seu reportório várias obras, com destaque para “Amor fatal”, “A sombra”, “Conspiração”, “Controvérsias sociais”, “Contra o tempo”, “Dançando com o lobo”, “Dossier leviano”, “É minha gente, temos o mesmo cheiro”, “Elvira”, “Eu vi e vivi, eles não eram loucos” e “História que marcou o sul”.
Com a peça “Hotel Komarka”, um trabalho que é uma das suas principais referências, o grupo já foi premiado no Festival Internacional do Cazenga, em Luanda, como melhor espectáculo da actividade e teve como melhor actor Adilson Vunge, a nível internacional.