Organização Mundial da Saúde alerta para cortes no investimento
Os países não estão a aumentar os investimentos no sector das águas e saneamento a um ritmo ideal para que sejam alcançados os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, alertou na quinta-feira em Genebra a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Num relatório, a OMS destacou que o acesso universal à água potável não vai ser obtido sem que o financiamento cresça e lembrou que o conjunto de metas precisa de ser cumprido até ao ano 2030.
O Banco Mundial calcula ser necessário triplicar os investimentos para 114 mil milhões de dólares norte-americanos por ano, valor que não inclui os custos operacionais e de manutenção.
A directora do Departamento de Saúde Pública da OMS, Maria Neira, citada pela Rádio ONU, afirmou que “quase dois mil milhões de pessoas usam fontes de água contaminadas com fezes”. Essa população corre risco maior de contrair cólera, diarreia, febre tifóide e poliomielite, disse a especialista, revelando que beber água contaminada causa mais de 500 mil mortes por diarreia anualmente. A falta de tratamento de água contribui também para doenças tropicais negligenciadas, como parasitas intestinais.
De acordo com o relatório da OMS, os países aumentaram os seus orçamentos para o sector de água, saneamento e higiene numa média de 4,9 por cento ao ano, nos últimos três anos. Ainda assim, 80 por cento das nações relatam que os investimentos são insuficientes para alcançar as metas acordadas na Agenda 2030.