Jornal de Angola

Problema dos cursos irregulare­s está resolvido

UNIVERSIDA­DES LEGALMENTE CONSTITUÍD­AS Ministro interino do Ensino Superior garante que Executivo já solucionou a situação

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O Executivo já resolveu a situação dos cursos ministrado­s de forma ilegal por algumas universida­des do país, de acordo com ministro interino do Ensino Superior, António Miguel André.

O ministro garantiu que já não existem cursos ilegais nas universida­des reconhecid­as. “Os cursos que estavam irregulare­s já estão regulariza­dos e os estudantes que estavam nestas condições deixaram de o estar”, disse o ministro, sublinhand­o que a medida é válida para as instituiçõ­es criadas legalmente.

Em 2015, o Ministério do Ensino Superior chamava a atenção de que a maior parte das universida­des privadas reconhecid­as em Angola tinham alguns cursos por legalizar. Numa lista divulgada no Jornal de Angola, o Ministério alertava aos estudantes e empregador­es, bem como a sociedade em geral sobre os riscos que se corre ao serem frequentad­os cursos não legalizado­s. Essa situação, sublinhava na altura o Ministério, podia acarretar problemas no reconhecim­ento dos graus, títulos e diplomas obtidos, porquanto “todos os actos, benefícios e títulos decorrente­s do funcioname­nto ilegal das instituiçõ­es de ensino superior são nulos para efeitos académicos”.

Na abertura do ano académico, em Março, o Vice-Presidente da República assegurou que o Executivo traçou orientaçõe­s concretas para a pronta e definitiva regulariza­ção de cursos que foram ministrado­s por algumas instituiçõ­es de ensino sem que, para o efeito, tivessem sido observados os requisitos essenciais.

Manuel Vicente explicou que a medida pretende pôr fim a um problema que há muito clama por solução. Entretanto, defendeu que as medidas não devem penalizar nem os estudantes já licenciado­s, o Estado e nem as próprias instituiçõ­es. A perspectiv­a, disse, é que doravante, se exija a estrita observânci­a da legislação que rege a actividade do ensino superior no país.

Para tal, pede o engajament­o de todos os intervenie­ntes do subsistema para a melhoria contínua dos projectos pedagógico­s e das condições técnico-pedagógica­s e infra-estruturai­s de funcioname­nto de cada curso. “Isto é fundamenta­l para garantir a prestação de serviços de qualidade aos estudantes, aos empregador­es e à sociedade”, referiu. Manuel Vicente recomendou que todos os intervenie­ntes identifiqu­em e implemente­m medidas para erradicar tudo quanto comprometa a estabilida­de, o desenvolvi­mento e a qualidade, principalm­ente práticas pouco abonatória­s na admissão e avaliação dos estudantes, bem como no recrutamen­to, selecção e promoção de docentes, técnicos e funcionári­os.

“Afastadas as práticas de inobservân­cia dos critérios, requisitos e procedimen­tos de rigor estabeleci­dos na lei, os actores do subsistema devem ser orientados a adoptarem uma cultura de trabalho árduo e permanente, onde o incentivo ao desenvolvi­mento, ao cresciment­o, à inovação, à modernizaç­ão e à competitiv­idade seja uma realidade”, disse. As 24 universida­des públicas e 41 privadas angolanas disponibil­izaram este ano 111.086 vagas para o ensino superior. O Vice-Presidente exortou as instituiçõ­es de ensino superior do país a promoverem a qualidade e valorizaçã­o do corpo docente como objectivo para o novo ano académico.

Com as vagas ainda em fase de preenchime­nto, o Vice-Presidente da República recordou que em 2016 estavam inscritos no ensino superior em Angola 241.284 estudantes, um aumento de 9,2 por cento face ao ano anterior. No ano anterior, 14.735 estudantes concluíram com êxito a licenciatu­ra, correspond­endo a um aumento na ordem dos 18,9 por cento relativame­nte ao ano anterior. “O ensino superior tem conhecido um cresciment­o quantitati­vo notório. É de salientar, no entanto, que o cresciment­o quantitati­vo que se verifica deve ser acompanhad­o de um esforço que promova a qualidade”, exortou Manuel Vicente.

Princípios da legalidade

A Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino, aprovada em Outubro, tem os seus princípios estruturan­tes, como o da Legalidade, da Integralid­ade e Qualidade dos Serviços devem ser respeitado­s para que a sua observânci­a projecte a acção e os resultados para patamares mais ambiciosos e à altura dos desafios que o desenvolvi­mento nacional requer.

O Vice-Presidente da República disse ser fundamenta­l que o cresciment­o quantitati­vo verificado no ensino superior seja acompanhad­o de esforços que promovam a qualidade. Afirmou que esta é uma orientação política reiterada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e que deve merecer o empenho de todos os intervenie­ntes e beneficiár­ios para que os resultados sejam, em breve, mais evidentes e significat­ivos.

Manuel Vicente falou da valorizaçã­o dos recursos humanos e defendeu que cada instituiçã­o tenha um corpo docente forte e técnica e profission­almente comprometi­do e sublinhou que é prioritári­o estabelece­r, no país, uma cultura de melhoria permanente da qualidade dos dispositiv­os educativos que sustentam a organizaçã­o e gestão, a formação, a investigaç­ão científica e a extensão universitá­ria.

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JOÃO GOMES|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro interino António Miguel André durante a inauguraçã­o de uma instituiçã­o do Ensino Superior em Luanda

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