Presos em greve de fome
Um total de 6.300 presos palestinos em Israel estão em greve de fome de duração indefinida desde ontem, coincidindo com o início do Dia Nacional da Solidariedade com os Presos, assinalado ontem, informou Akram Atalah Alayasa, porta-voz da Comissão de Assuntos para Detidos e Ex-Detidos.
“Desde que começou a ocupação (israelita) há 50 anos, 850.000 palestinos experimentaram o que é estar no cárcere”, afirmou à Agencia Efe o porta-voz da Comissão de Assuntos para Detidos e Ex-Detidos, dependente da Autoridade Nacional Palestina. Estes dados significam que praticamente um quinto da sociedade palestina e 40 por cento dos homens adultos estiveram atrás das grades em algum momento, “algo que afecta muito toda a nossa vida”, disse Akran Alayasa.
Os palestinos vêem a imensa maioria dos encarcerados como “prisioneiros de consciência”, enquanto as autoridades israelitas os denominam de “presos de segurança” e consideram os actos pelo quais são detidos muitos deles como actos de terrorismo. O certo é que é difícil encontrar algum palestino que não tenha algum familiar ou conhecido encarcerado em alguma das 17 prisões espalhadas por Israel, na de Ófer, a única dentro dos territórios ocupados, ou em algum dos dois centros de detenção israelitas no norte e no sul da Cisjordânia.
A Comissão de Assuntos para os Detidos e Ex-Detidos, o Clube de Presos Palestinos e o Escritório Central de Estatísticas apontam num relatório publicado recentemente que, desde a Segunda Intifada (20002005), cem mil palestinos foram detidos, entre eles 15.000 menores, 1.500 mulheres e 70 deputados.
O documento aponta que, desde Outubro de 2015, quando se iniciou a última onda de violência protagonizada por agressores palestinos, foram detidos na Cisjordânia cerca de dez mil, metade deles menores. A organização Adamir, que trabalha na defesa dos presos palestinos em Ramala, estima em 6.300 os presos actuais, incluindo 61 mulheres, 300 menores de 18 anos e 13 parlamentares.
Além disso, há 500 pessoas que não conhecem as acusações que pesam sobre elas nem qual vai ser a duração de suas condenações.