Reclusos em Menongue aprendem a ler e escrever
Pelo menos, 112 reclusos dos Serviços Penitenciários do Cuando Cubango frequentam, desde ontem, na cidade de Menongue, aulas de alfabetização.
A coordenadora provincial do programa de alfabetização, Luz Bethel, que falava no acto de abertura do projecto, que decorreu no estabelecimento dos serviços prisionais de Menongue, disse que o mesmo terá a duração de três meses e conta com a participação de cinco facilitadores, também reclusos.
O programa, que decorre sob o lema “Lendo o passado e escrevendo o futuro”, é dividido nos módulos I, II e III, que serão aplicados durante os três meses de formação básica da leitura e da escrita.
O director provincial da Educação, Ciência e Tecnologia, Miguel Canhime, disse que a instituição que dirige está engajada na formação do homem e, sendo a cadeia um lugar para a reeducação das pessoas, surgiu a necessidade de fazer chegar as aulas de alfabetização àqueles que não tiveram a oportunidade de receber uma formação, por várias razões.
Referiu que esta é também uma das formas de diversificar a economia, tendo em vista que só se pode diversificar a economia formando pessoas, para que elas saibam como gerir alguns recursos naturais, materiais e humanos.
“Não podemos permitir que vocês saiam daqui conforme entraram e sem aprender nada, queremos que, quando chegar o momento de irem para as vossas casas, possam arranjar um emprego ou abrir um negócio para garantir a vossa sobrevivência e das vossas famílias.”
Por sua vez, o director provincial dos Serviços Penitenciários, Paulino Mandi, agradeceu à Direcção Provincial da Educação pela formação dos reclusos, tendo em conta que muitos não sabem ler e escrever.
Paulino Mandi disse que, com estas aulas, todos os reclusos que não sabem ler e escrever poderão superar as suas dificuldades.
“O trabalho reeducativo vem em primeiro lugar, porque o nosso trabalho não é simplesmente encarcerar a nossa população penal. Recebemos o programa com muita satisfação, porque vai permitir alfabetizar os reclusos que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever”, concluiu.