Jornal de Angola

Polícia prende cidadão que decapitava mulheres

- CARLOS PAULINO

Efectivos do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) prenderam ontem, no bairro Paz, em Mengongue, província do Cuando Cunango, um cidadão acusado de ter decapitado duas jovens nos arredores da cidade.

A detenção de Severiano Tchivinda. o presumível criminoso, aconteceu na sua própria residência, no seguimento de denúncias de pessoas que já desconfiav­am do seu comportame­nto. O copo da vítima, Fernanda Mundele, foi encontrado sem a respectiva cabeça.

O primeiro caso ocorreu no dia 22 de Março, em que foi vítima a jovem Juliana Maria Viqueia, encontrada morta também sem a cabeça. O crime abalou toda a sociedade de Menongue e despoletou uma competente investigaç­ão dos órgãos afins que suspeitava­m de um caso de tráfico de seres humanos.

Descoberta do caso

Para a descoberta do segundo caso, às 6 horas da manhã, os efectivos do Serviço de Investigaç­ão Criminal, com base em informaçõe­s dos cidadãos, rastrearam todas as pistas e foi possível chegarse ao presumível assassino, que por sinal já tinha sido preso por agressão a um vizinho e violação de uma mulher grávida de cinco meses, provocando-lhe aborto. Quatro horas depois, os efectivos do Serviço de Investigaç­ão Criminal cercaram a residência do criminoso, situada a pouco mais de 500 metros do local onde foi descoberto o primeiro corpo decapitado.

Imobilizad­o o suspeito, os efectivos encontrara­m no interior residência as duas cabeças das jovens decapitada­s, um machado, duas facas e cordas que eram usadas para imobilizar as suas vítimas. Em declaraçõe­s à imprensa, Severiano Tchivinda, conhecido também por Yano, de 31 anos de idade, confessou o crime e explicou que matou as duas jovens porque praticavam prostituiç­ão na via pública.

Acrescento­u que se não fosse preso continuari­a a cortar a cabeça de todas as mulheres que assim procedesse­m. Questionad­o porque é que guardava as cabeças em casa, explicou que estava a cumprir com um ritual dos seus antepassad­os. Disse que ouvia histórias em que alguns reis colecciona­vam cabeças em volta do seu reinado, no interior das residência­s em que viviam.

Comportame­nto estranho

Joana Maria, vizinha do acusado, disse que Severiano Tchivinda tinha um comportame­nto estranho. Raramente aparecia durante o dia, não tem amigos e permanecia quase sempre fechado no interior da residência. “Escreveu nos quatros cantos da residência dizeres que não se entendem Yano Sinai 666 da Besta e, às vezes, o consideram­os um demente, mas na realidade é um assassino.”

Joana Maria disse ter a certeza de que Severiano Tchivinda é um assassino, porque no dia 4 de Abril do ano passado tentou matar o próprio pai à machadada, quando este regressava das lavras, por volta das 18 horas. O progenitor só conseguiu sobreviver graças à ajuda de alguns vizinhos. O caso não foi além porque não foi apresentad­a queixa.

Joana Maria acrescento­u que, durante a briga, Tchivinda golpeou duas vezes a cabeça do pai com um machado. Os golpes resultaram em ferimentos graves, suturados com 28 pontos. Realçou que, no mesmo dia em que agrediu o pai, violou também uma mulher grávida de cinco meses, situação que resultou em aborto.

Salientou que, depois de cometer estes crimes, Severiano Tchivinda foi preso, mas ficou apenas alguns meses na cadeia. “Pedimos encarecida­mente aos órgãos de justiça que desta vez seja condenado a uma pena pesada pelos crimes que cometeu.

Crimes repugnante­s

O delegado provincial do Ministério do Interio, Domingos Ferreira de Andrade, explicou que, neste momento, o SIC está a trabalhar no sentido de apurar-se com mais detalhes os crimes cometidos por Severiano Tchivinda, uma vez que se suspeita haver envolvimen­to de mais elementos.

Alertou a todos os cidadãos que o crime não compensa e que os efectivos dos órgãos do Ministério do Interior na província vão continuar a trabalhar para manter a segurança e a tranquilid­ade pública.

“Apelamos à população para manter a tranquilid­ade. Vamos continuar a fazer o nosso trabalho de patrulhame­nto para garantir a segurança dos cidadãos”, disse.

Domingos Ferreira de Andrade elogiou a colaboraçã­o da população, principalm­ente na denúncia de todos os casos suspeitos de crime. Pediu este apoio continue para se reduzir significat­ivamente o índice de criminalid­ade na região.

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CARLOS PAULINO|EDIÇÕES NOVEMBRO Efectivos do Serviço de Investigaç­ão Criminal quando procediam às buscas no local do crime

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