Aceleração económica mundial regista um maior dinamismo
DEPOIS DA CRISE GLOBAL Dinâmica de crescimento é verificada nos países ricos e nos mais pobres
Cerca de dez anos depois da crise imobiliária dos Estados Unidos que afectou a economia mundial, a recuperação global se tornou “ampla e estável”, indicam dados de um índice apresentado domingo pela companhia de consultoria Brookings Institution e o diário britânico “Financial Times”.
O índice sugere um crescimento acentuado nas economias avançadas e nos países em desenvolvimento, destacou a publicação britânica. O índice compara indicadores de actividade económica, mercado financeiro e a confiança dos investidores tendo como base uma média histórica.
Apesar do optimismo com os sinais de recuperação, o “Financial Times” considera que o crescimento está longe de ser sólido, com o cenário político pode ameaçar o avanço.
O resultado será divulgado esta semana durante o encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, que se realiza entre quinta-feira e sábado em Washington, Estados Unidos.
O “Financial Times” destaca as boas perspectivas da China e da Índia entre as nações em desenvolvimento, dois países que parecem estar com uma dinâmica renovada para recuperar o crescimento.
A China registou um crescimento de 6,8 por cento no ano passado, a pior taxa dos últimos 25 anos e longe da expansão dos anos de 1990.
Porém, novos sinais prometem mudar esses números. As exportações chinesas, por exemplo, subiram 16,4 por cento em Março em relação
A China está entre os países em desenvolvimento com taxas de crescimento que influenciam a expansão da economia mundial
ao mesmo mês de 2016, enquanto as importações registam uma expansão de 20,3 por cento, com o que o observa um excedente comercial de 23,93 mil milhões, informou a Administração Geral das Alfândegas chinesas.
Como forma de estimular a economia, a China vai criar uma nova zona económica especial perto de Pequim, similar às que estabeleceu em Xhenzen e Xangai, a qual é instalada em Xiongan.
O economista da Brookings Eswar Prasad ressalta ainda que o Partido Comunista vai optar por manter um controlo da economia mais rígido, ao invés de aplicar reformas profundas na actualização do plano quinquenal. Na Índia, os indicadores de crescimento estão em alta, depois das tentativas do primeiro-ministro, Narendra Modi, de desmonetizar a economia indiana, que cresceu 7,00 por cento no ano passado.
Economistas esperam um crescimento médio de 7,00 por cento ao ano até 2019, com a expectativa de que o consumo aumente este ano em resultado da redução dos juros e das metas de inflação adoptadas em Agosto do ano passado.
Eswar Prasad lembrou ainda que os indicadores de crescimento nas economias avançadas também estão acima dos níveis médios históricos, como é o caso dos índices de crescimento e de confiança nos Estados Unidos, os quais aumentaram de forma acentuada durante o ano passado. O economista alerta que as políticas proteccionistas e falta de progressos na agenda de reformas na maior parte dos países podem prejudicar a qualidade e a sustentabilidade do crescimento.
Na semana passada, a directorageral do FMI, Christine Lagarde, disse que “depois de seis anos de crescimento decepcionante, a economia mundial está a ganhar impulso”, anunciando que, em Janeiro, a instituição previu uma expansão da economia global de 3,4 por cento, mas que, quando for divulgado o relatório Perspectivas Económica Mundial, pode haver uma revisão em alta, o que acontece pela primeira vez em seis anos.
A divulgação desse relatório antecede a Reunião de Primavera do Banco Mundial, que ocorre entre os dias 21 e 23 de Abril.