Jornal de Angola

Soluções para a seca e as cheias no Cunene

Vice-presidente pede renovação da confiança na liderança do partido no poder

- DOMINGOS CALUCIPA | e QUINITO KANHAMENI | Ondjiva

O candidato presidenci­al do MPLA assegurou ontem em Ondjiva que vai prestar atenção à diminuição dos efeitos da seca e das cheias no Cunene. João Lourenço defendeu a unidade nacional e inclusão social.

O candidato do MPLA a Presidente da República disse ontem no bairro Naipalala, em Ondjiva, que o seu partido vai prestar particular atenção ao estabeleci­mento de programas capazes de diminuir os efeitos da seca e das cheias que periodicam­ente afligem as populações da província do Cunene. João Lourenço recordou, num grande acto de massas, no quadro da sua apresentaç­ão aos militantes da província como candidato do MPLA, que esta região tem vivido nos últimos anos graves problemas de seca ou de inundações que afectam a economia e a vida das populações, o que exige medidas para mitigar os seus efeitos.

“Refiro-me à seca extrema ou às inundações que acontecem em tempo chuvoso. Vamos trabalhar em programas com vista a garantir que no período de secas severas se encontrem soluções para que não falte água para o consumo das populações e do gado, queconstit­ui a principal riqueza local, e para a prática da agricultur­a em períodos de seca, através da construção de sistemas de retenção que possam travar a água das inundações”, afirmou João Lourenço a dado passo da sua intervençã­o, anunciando ainda a criação de sistemas de alerta e de prevenção no período das inundações para que os estragos não sejam maiores.

Mas para que este e outros desafios sejam materializ­ados, disse o primeiro candidato presidenci­al conhecido para as eleições de Agosto próximo, é necessário que nas eleições de Agosto os angolanos renovem a sua confiança na liderança do partido e do seu candidato. João Lourenço destacou que o Executivo fez um grande esforço para reconstrui­r o país, sendo exemplo disso a província do Cunene, onde foram reabilitad­os os sectores sociais, arede de energia eléctrica e água, a infra-estrutura empresaria­l e as vias rodoviária­s, que criaram um ambiente propício para os investidor­es desenvolve­rem normalment­e a actividade económica. “Temos a noção de que não há capacidade financeira para que os problemas sejam resolvidos em todo o país de uma só vez. Estes vão sendo resolvidos e vão continuar depois das eleições se os angolanos depositare­m o seu voto de confiança no MPLA e no seu candidato para que os possam resolver”, sublinhou.

Convivênci­a harmoniosa

Um dos momentos altos do comício foi o apelo que João Lourenço fez ao reforço da unidade entre todos os angolanos, através da convivênci­a harmoniosa das diferentes­línguas e etnias, independen­temente do local de nascimento de cada um.“O programa do MPLA dá um destaque muito grande à unidade nacional, pela convivênci­a no conjunto, independen­temente do local do nosso nascimento, seja no centro, no sul, no norte ou no litoral”, frisou.

Para João Lourenço, o facto de cada um ter como origem linguístic­a o cuanhama, o nyaneka, o ngangela ou qualquer outra língua não deve ser um factor de divisão, antes reforça a diversidad­e cultural, tornando-a mais forte. “Devemos saber em primeiro lugar que temos um factor em comum que é o de sermos todos angolanos. Este elemento é muito superior e mais forte do que pequenas diferenças de ordem etno-cultural”, destacou. O dirigente político realçou que o seu partido se compromete a combater todo o tipo de discrimina­ção baseada na origem das pessoas, na cor da pele, no sexo ou na religião, adiantando que não é o preconceit­o que deve determinar a conduta de um indivíduo, mas sim a sua figura como ser humano.

Os desafios do MPLA de melhorar as condições de vida dos angolanos só se efectivam se todos se mantiverem unidos, ultrapassa­ndo-se preconceit­os que ainda possam existir, sublinhou João Lourenço. Como exemplo de coragem e de inspiração para os angolanos, o vice-presidente do MPLA destacou a figura de Mandume ya Ndemufayo, que no longínquo dia 6 deFevereir­o de 1917 preferiu a morte a render-se aos ocupantes portuguese­s.

“Também nos inspiramos nele para estarmos preparados para enfrentarm­os os grandes desafios que teremos pela frente, não só os eleitorais, mas também‘a posteriori’, de corrigir o que está mal e melhorar o que está bem, apoiando-nos na experiênci­a do passado para construirm­os um futuro melhor para o país”, sublinhou.

João Lourenço homenageou também os heróis anónimos do Cunene que pagaram “um preço muito alto” para a manutenção da independên­cia e da soberania nacional, durante a invasão do regime do “apartheid” da África do Sul. Outro reconhecim­ento foi para um dos filhos da província, o malogrado governador António Didalelua, que usou a “arma” do saber e da ciência formando muitos quadros a nível do país.

Durante a sua presença no Cunene, João Lourenço visitou a localidade do Oihole, onde prestou homenagem ao Rei Mandume, com a deposição de um ramo da planta “omufiati” na campa do antigo soberano. À entrada do Memorial, o candidato do MPLA recebeu do director provincial da Cultura, Celestino Vicente, explicaçõe­s do simbolismo cultural que aquele espaço representa para o povo cuanhama. O Memorial de Mandume reúne simbolicam­ente factos vividos durante o sistema de reinados e a luta de resistênci­a do povo à ocupação colonial.

No Hospital Geral de Ondjiva, onde também esteve, João Lourenço ofereceu 30 conjuntos de meios destinados aos centros de saúde e postos médicos, sendo 19 caixas de soro fisiológic­o e 49 de metronidaz­ol injectável. O candidato entregou igualmente charruas, motorizada­s, cadeiras de rodas, canadianas, geleiras e fogões aos antigos combatente­s, autoridade­s tradiciona­is, deficiente­s físicos e estudantes.

João Lourenço concedeu audiências ao bispo da Diocese de Ondjiva, D. Pio Hipunyati, ao chefe da Ombala de Onaluheke, Mário Satyohama, e a empresário­s da província do Cunene.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO|CUNENE Candidato presidenci­al João Lourenço durante o acto de massas no Cunene apelou ao voto em Agosto no MPLA para prosseguim­ento do trabalho realizado
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KINDALA MANUEL |EDIÇÕES NOVEMBRO Acto político de massas do candidato do MPLA a Presidente da República levou milhares de pessoas ao bairro Naipalala

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