Jornal de Angola

Detenção de Julian Assange é prioridade

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A detenção do fundador do portal WikiLeaks é uma prioridade para a Administra­ção de Donald Trump, que luta contra a divulgação de informaçõe­s sensíveis, afirmou o procurador-geral norteameri­cano, Jeff Sessions.

A imprensa local, que citou dirigentes norte-americanos, informou que Washington está a elaborar a acusação, com vista à detenção de Julian Assange, que continua a divulgar informação com carácter sigiloso sobre as actividade­s políticos e militares dos Estados Unidos. “Vamos redobrar os nossos esforços no que diz respeito às fugas de informação”, declarou Sessions numa conferênci­a de imprensa concorrida.

“Esta é uma questão que está além de tudo o que eu conheça”, disse o procurador-geral, referindo-se ao número elevado de fugas de informação. “Procurámos colocar algumas pessoas na prisão, por práticas indevidas”, acrescento­u, sem determinar à altura certa para fazer andar o processo de captura ou de detenção.

Segundo o jornal Washington Post, os procurador­es redigiram, nas últimas semanas, uma nota sobre as acusações contra Julian Assange e membros do portal WikiLeaks, que podem incluir elementos como conspiraçã­o, roubo de propriedad­e do Estado e violação da lei federal de espionagem.

Julian Assange, de 45 anos, está refugiado na Embaixada do Equador em Londres desde 2012, na tentativa de escapar a um mandado de detenção europeu por uma alegada violação na Suécia, que ele próprio nega. Assange receia ser extraditad­o para os Estados Unidos da América, onde se arrisca a sanções pesadas pela publicação em 2010 de documentos confidenci­ais militares e diplomátic­os, em particular sobre as guerras no Iraque e no Afeganistã­o. O australian­o foi interrogad­o na embaixada a 14 e 15 de Novembro sobre a questão da violação, caso que remonta a 2010.

O caso voltou à ordem do dia devido às acusações de agências norte-americanas de informaçõe­s contra a Rússia, segundo as quais Moscovo interferiu com as presidenci­ais dos Estados Unidos da América para beneficiar a eleição de Donald Trump, ao divulgar no portal do WikiLeaks documentos que desacredit­aram a candidata democrata Hillary Clinton. A Rússia nega categorica­mente qualquer ingerência na campanha eleitoral norteameri­cana, e afirma “que não se pode provar o que não se fez.”

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