Jornal de Angola

Jovem madrasta matou enteados

- ESTÁCIO CAMASSETE|Huambo

Uma mulher de 30 anos, identifica­da apenas como Germana, foi detida na província do Huambo por estar acusada de matar à machadada, na noite de quarta-feira, três enteados, de oito, cinco e três anos, depois de uma discussão com a mãe dos menores, por acesso de ciúmes.

As crianças perderam a vida às 22h00, depois de a mãe ter saído de casa, situada na comuna de Luvemba, município do Bailundo, à procura de ajuda de vizinhos para conter a fúria de Germana, manifestad­a desde o momento em que entrou com um machado na moradia onde viviam as vítimas, que dormiam num dos quartos.

Maurícia Ngueve, a mãe das crianças, afirmou ao Jornal de Angola que a rival foi à sua casa com a intenção de matar. Contactado por este jornal, o psicólogo Celestino Piedade afirmou que, quando o ciúme é doentio, pode acontecer uma tragédia.

“Quando uma pessoa está possuída da síndrome de ciúme doentio, pode cometer qualquer tipo de crime”, declarou o psicólogo, que disse ter Germana transferid­o a raiva que sentia da rival para os filhos desta.

O especialis­ta em Psicologia alertou que o sentimento de nervosismo eleva a carga irracional, diminui a capacidade racional e muitas vezes a pessoa age de maneira inconscien­te.

A Fundação Arte e Cultura lança no dia 25 de Abril, no Hospital Pediátrico David Bernardino, a segunda fase de um dos seus projectos de bandeira, denominado “Médicos palhaços”.

Iniciativa pioneira em Angola e em todo o continente africano, a primeira fase do projecto “Médicos palhaços” tinha sido lançada em 2012, no Hospital David Bernardino, pela Fundação Arte e Cultura, em parceria com aquela unidade hospitalar, o grupo teatral Horizonte Njinga Mbandi e a Embaixada de Israel em Angola.

A primeira fase do projecto viria a ser alargada noutras unidades de saúde, como o Hospital Neves Bendinha e a Clínica Luanda Medical Center, tendo terminado em 2015.

Uma nota de imprensa da Fundação Arte e Cultura indica que a segunda fase do projecto vai permitir manter os “Médicos palhaços” naquela unidade hospitalar de Luanda numa base periódica.

Os “Médicos palhaços” concentram-se no bem-estar da criança doente, sendo os seus esforços dirigidos para aliviar a experiênci­a do tratamento médico e da hospitaliz­ação. Trabalham em conjunto com a equipa médica e não como uma entidade separada. O recrutamen­to é feito com base nos critérios profission­ais e no pessoal, oportuname­nte, capacitado e formado para o efeito.

O “Médico palhaço” vai para além do recurso ao humor para alegrar os doentes. É treinado para desempenha­r um papel terapêutic­o, comparável ao de outros profission­ais paramédico­s treinados em saúde.

Em contraste com o modelo de entretenim­ento, no quadro deste projecto, o palhaço juntase aos médicos nas suas rondas diárias, recebe o seu plano de trabalho com base nas prioridade­s médicas do departamen­to e ajusta as suas técnicas à realidade do hospital e às condições específica­s do paciente.

Os “Médicos palhaços” angolanos receberam formação específica dada por especialis­tas de Israel, país onde este projecto se encontra particular­mente desenvolvi­do e onde mais de uma centena de médicos palhaços operam em três dezenas de hospitais, atingindo cerca de 200 mil pacientes, na sua maioria crianças.

Nos últimos anos, um número crescente de estudos tem vindo a ser publicado mostrando o benefício dos “Médicos palhaços”, em Israel e em todo o mundo. Um desses estudos foi realizado no Ichilov Medical Center (2012), em TelAviv, tendo os resultados apontado para o facto de a presença de um médico palhaço contribuir para diminuir a ansiedade e até a dor durante procedimen­tos de emergência.

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