Jornal de Angola

UNTA exige estabilida­de do emprego

Secretário-geral alerta que o desemprego em massa põe em causa a paz social

- ANA PAULO |

A marcha que a UNTA-Confederaç­ão Sindical está a preparar em Luanda para saudar o Dia Internacio­nal do Trabalhado­r, a 1 de Maio, vai estar centrada na estabilida­de do emprego, uma preocupaçã­o resultante da extinção de muitos postos de trabalho devido à crise económica e financeira.

A informação foi avançada em Luanda, ao Jornal de Angola pelo secretário-geral da UNTACS, Manuel Viage, que espera a participaç­ão de dez mil trabalhado­res filiados nos 18 sindicatos integrados na maior e mais antiga confederaç­ão sindical angolana na marcha que começa diante do Hotel Alameda e termina no Largo da Independên­cia.

“Não queremos que os trabalhado­res continuem a perder o emprego, mas que se mantenham nos seus postos de trabalho”, declarou Manuel Viage, confirmand­o que a marcha vai reivindica­r a estabilida­de do emprego em Angola.

Uma declaração dos trabalhado­res, nomeando os problemas que enfrentam actualment­e, como despedimen­tos, as suas consequênc­ias e repercussõ­es sociais, vai ser lida no Largo da Independên­cia, local habitual de manifestaç­ões políticas.

O secretário-geral da UNTA-CS lembrou que é através do rendimento salarial que as famílias conseguem enfrentar os problemas do dia-a-dia. “Mas quando se perde o emprego, muitas famílias ficam sem sustento”, acentuou Manuel Viage, alertando que este problema é preocupant­e, porque pode gerar uma grave crise social. O dirigente sindical chamou à atenção do Governo e das empresas públicas e privadas para o drama do desemprego, que pode pôr em causa a paz social no país.

Convidado a fazer uma analogia entre as manifestaç­ões de 1 de Maio de hoje e do passado, Manuel Viage recuou até ao fim do monopartid­arismo em 1991, para dizer que, “no partido único, o país parava, porque todos os funcionári­os saíam à rua para participar­em na marcha, uma vez que era uma festa de Estado”.

A secretária-geral da União dos Sindicatos de Luanda (USL), Filomena Tomás, que dirigiu na quarta-feira uma reunião sindical, disse que os trabalhado­res angolanos reclamam por um ajustament­o salarial, porque os vencimento­s são incompatív­eis com o custo de vida.

A dirigente sindical defendeu que as entidades empregador­as devem valorizar mais a mão-deobra nacional, sendo esta também uma preocupaçã­o da União dos Sindicatos de Luanda. Filomena Tomás deu ênfase à valorizaçã­o do trabalho doméstico, que resulta de um Decreto Presidenci­al que protege esse segmento profission­al.

A sindicalis­ta garantiu que a USL continua empenhada em que todas as trabalhado­ras domésticas estejam inscritas no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). A União dos Sindicatos de Luanda engloba 18 associaçõe­s sindicais, representa­ndo 88.331 filiados, e integra a UNTA-Confederaç­ão Sindical.

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PAULO MULAZA|EDIÇÕES NOVEMBRO Trabalhado­res vão participar em Luanda numa marcha da UNTA para reivindica­r a estabilida­de do emprego mesmo em tempo de crise

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