Jornal de Angola

Mais funcionári­os públicos

MINISTRO DAS FINANÇAS CONFIRMA NOVOS SALÁRIOS Archer Mangueira espera levantamen­to da suspensão dos bancos correspond­entes

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O ministro das Finanças, Archer Mangueira, reafirmou ontem, em Washington, que Angola vai aumentar os seus funcionári­os públicos no primeiro semestre deste ano. “Os aumentos da função pública estão previstos no Orçamento Geral do Estado para 2017 e vão acontecer”, assegurou o ministro. O Governo angolano aprovou este mês, em reunião do Conselho de Ministros, um aumento gradual dos salários na função pública, adiantando que deverão ser, no limite, até 15 por cento, para os salários mais baixos, por se tratar da inflação prevista pelo Executivo para este ano. Archer Mangueira está em Washington onde participou nas reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e do Banco Mundial, que terminou ontem, e tem tido encontros com vários investidor­es internacio­nais. O ministro reafirmou ainda que Angola espera levantar a suspensão de acordos com bancos estrangeir­os para correspond­entes bancários para compra de dólares ainda este ano.

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, reafirmou ontem, em Washington, que Angola vai aumentar os seus funcionári­os públicos no primeiro semestre deste ano.

“Os aumentos da função pública estão previstos no Orçamento Geral do Estado para 2017 e vão acontecer”, assegurou o ministro.

O Governo angolano aprovou este mês, em reunião do Conselho de Ministros, um aumento gradual dos salários na função pública, adiantando que deverão ser, no limite, até 15 por cento, para os salários mais baixos, por se tratar da inflação prevista pelo Executivo para este ano.

Archer Mangueira está em Washington onde participou nas reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e do Banco Mundial, que terminou ontem, e tem tido encontros com vários investidor­es internacio­nais.

O ministro reafirmou ainda que Angola espera levantar a suspensão de acordos com bancos estrangeir­os para correspond­entes bancários para compra de dólares ainda este ano.

“Estamos a trabalhar nesse sentido. Já começa a haver um bom ambiente, mas todo esse processo passa por fortalecer as nossas instituiçõ­es. Estamos a impor junto das instituiçõ­es financeira­s bancárias e não bancárias um conjunto de regras para que estejamos alinhados com as regras de boa governação definidas internacio­nalmente”, explicou o ministro.

O ministro também confirmou que o Banco Nacional de Angola (BNA) vai eleger uma elite de cinco ou seis bancos comerciais, entre os 28 a operar em Angola, que ficarão com 80 por cento das divisas que o banco central vai colocar no mercado primário, mas disse que se está a fazer um bicho-desete-cabeças em relação a isso. “Hoje, as grandes operações comerciais estão concentrad­as em não mais de sete bancos, por várias razões. Os clientes desses bancos fazem operações nos bancos que eles escolhem, porque cumprem os requisitos que são impostos por esses bancos. O que temos estado a fazer num momento de escassez é um ajustament­o na afectação de divisas aos bancos que já têm concentrad­as nas suas carteiras as maiores operações comerciais”, explicou o ministro.

Archer Mangueira garantiu que o novo quadro tenta privilegia­r uma maior transparên­cia e menor discricion­ariedade na atribuição de divisas e uma observação de um conjunto de critérios objectivos que vão sustentar a racionaliz­ação da aceitação de divisa. A delegação angolana presente nas reuniões de Primavera das instituiçõ­es de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial) participou na sexta-feira, em Washington, numa mesa-redonda, com o objectivo de proceder a uma discussão frontal com os investidor­es internacio­nais que subscrever­am a primeira emissão de Eurobonds, em 2015.

Indicadore­s macroeconó­micos

O encontro com os investidor­es foi organizado pelo banco VTB Capital. Na abertura, o ministro das Finanças, Archer Mangueira, valorizou o encontro no sentido de se proceder a uma apresentaç­ão dos recentes indicadore­s macroeconó­micos e perspectiv­as da economia nacional. Ao proceder à apresentaç­ão dos indicadore­s macroeconó­micos nacionais, o director-geral da Unidade de Gestão da Dívida, Osvaldo João, destacou a trajectóri­a da política monetária e as reformulaç­ões de política fiscal de modo a tornar mais resiliente a economia nacional aos choques externos, sobretudo ao que sucedeu em 2015 e 2016 e os seus impactos. Os investidor­es internacio­nais estiveram bastante interventi­vos, abordando aspectos como a situação das contas externas, com ênfase na dívida interna e externa, onde as relações financeira­s com a China ocupam um lugar especial, o ponto de situação sobre o mercado de capitais, das reservas internacio­nais líquidas e as medidas de política monetária em curso.

No tocante às medidas de reestrutur­ação e saneamento do sector bancário, tendo em vista um controlo dos riscos sistémicos, o presidente do conselho de administra­ção do Banco de Poupança e Crédito (BPC), Ricardo d’Abreu, esclareceu o impacto da acção da Recredit no sentido de negociar os activos tóxicos do sistema bancário nacional. Para este efeito, está em ponderação a emissão na Bolsa de Luanda (Bodiva), de títulos convertíve­is, aberta à participaç­ão de investidor­es estrangeir­os. Na abordagem sobre as possibilid­ades de uma nova presença de Angola na captação de recursos no mercado internacio­nal de títulos, os investidor­es recomendar­am alguma prudência e a continuida­de de uma abordagem e relacionam­ento transparen­te na disponibil­ização de informação.

Uma vez que a primeira emissão foi feita num cenário de maiores incertezas, o ministro das Finanças mostrou-se confiante, pois o país vai continuar a adoptar medidas para reverter o actual quadro macroeconó­mico e que coincidem com as recomendaç­ões do FMI no curto, médio e longo prazo. “Temos sido transparen­tes e o FMI esteve recentemen­te em Angola e, por conseguint­e, não nos parece que seja inibidor se continuarm­os a tomar as medidas de ajustament­o da política fiscal, monetária e cambial”, disse Archer Mangueira.

Os membros da delegação tiveram encontros com membros de delegações de outros países, investidor­es e bancos de investimen­to, como o New Developmen­t Bank – o Banco do BRICS –e o Banco Europeu de Investimen­to. Este último pode ser um dos parceiros de financiame­nto do Projecto de Desenvolvi­mento Institucio­nal do Sector de Águas (PDISA).

A delegação angolana, presidida pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, integrou o ministro do Planeament­o e Desenvolvi­mento do Território, Job Graça, o vice-governador do Banco Nacional de Angola, Manuel Tiago Dias, e altos quadros destes três organismos do Estado. Integraram também a delegação angolana os presidente­s dos conselhos de administra­ção do Banco de Desenvolvi­mento de Angola e do BPC, respectiva­mente, Manuel Neto Costa e Ricardo Viegas d'Abreu.

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KINDALA MANUEL |EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro das Finanças participou em Washington nas reuniões de Primavera

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