Plano geral de contabilidade ajustado às práticas correntes
O plano geral de contabilidade de Angola está a ser ajustado às exigências dos princípios assentes em normas internacionais, assegurou ontem o presidente do conselho directivo da Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA), quando procedia à abertura do primeiro fórum da instituição.
Júlio Sampaio reconheceu que a adopção das normas internacionais lança aos contabilistas angolanos um grande desafio, dos quais se destaca a necessidade de os profissionais de contas começarem a familiarizar-se com os seus preceitos, bem como proporcionar acções de formação aos seus membros.
“Recentemente uma directiva do Banco Nacional de Angola tomou obrigatória para as instituições financeiras sob sua supervisão a adopção das normas internacionais de contabilidade e de relatório financeiro", disse Júlio Sampaio para acrescentar que o Banco Nacional de Angola prevê que as normas internacionais de contabilidade sejam adoptadas também pelas grandes empresas angolanas em particular as que virem a e ser cotadas na bolsa e as que têm participações financeiras de investidores externos.
A Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA) já submeteu ao Ministério das Finanças uma proposta de constituição de uma comissão nacional de normas contabilísticas para que, depois de criada, proceda à revisão do plano geral de contabilidade em vigor adequando-se às normas internacionais.
O chefe do escritório executivo da Federação Pan-africana dos Contabilistas e Auditores (PAFA), Vickson Ncube, sublinhou que a instituição continental tem como função acelerar o crescimento da profissão em África assim como ser a voz para os profissionais a nível do mundo.
Vickson Ncube avançou que, neste momento, a Federação Panafricana dos Contabilistas e Auditores trabalha num relatório que visa compreender o estado da contabilidade de cada país no sentido de os mais experimentados passarem a sua experiência aos países que precisam de auxílio.
“Estamos a ajudar países como Malawi, Moçambique, República Democrática do Congo e Libéria a desenvolver o seu plano estratégico de contabilidade.”
Valorização
A secretária de Estado do Orçamento, Aia Eza Gomes da Silva, em representação do Ministro das Finanças disse que o Executivo atribui maior importância tanto ao plano técnico como ao plano da ética e deontologia profissional
Aia Eza Gomes da Silva acrescentou que o relatório financeiro e a solicitação total das contas são instrumentos de maior importância da economia, na medida em que colocam as empresas em igualdade de circunstâncias, favorecendo assim a concorrência e a justa tributação das actividades económicas. “A harmonização é uma ferramenta importante dos profissionais permitindo-lhes aspectos patrimoniais de forma clara e perceptível”, afirmou o secretário de Estado do Orçamento, Aia Eza Gomes da Silva.
Para a secretária de Estado do Orçamento, os quadros das alterações económicas que o país tem vindo a conhecer, durante as últimas décadas, bem como as transformações impostas pela globalização fazem com que a harmonização da contabilidade se materialize nas melhores praticas internacionais e sirva os beneficiários do relatório financeiro.
A secretária de Estado afirmou que o mercado de capital desempenha um papel importante no desenvolvimento de um sistema financeiro robusto e sustentável por constituir o terceiro segmento do sistema financeiro e uma importante alternativa para o financiamento das economias.
Durante dois dias, contabilistas e peritos contabilistas abordaram, em Luanda, temas como a normalização contabilística e as normas internacionais em Angola, o papel das instituições nos normativos contabilísticos.
A evolução das normas de contabilidade e das leis tributárias em Angola, a contabilidade pública no princípio do acréscimo, estrutura e conteúdos das demostrações financeiras, imparcialidade de activos, provisões, passivos contingentes e activos contingentes foram temas também analisado no fórum Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola.