Jornal de Angola

Plano geral de contabilid­ade ajustado às práticas correntes

- CLÁUDIA MUHATILI|

O plano geral de contabilid­ade de Angola está a ser ajustado às exigências dos princípios assentes em normas internacio­nais, assegurou ontem o presidente do conselho directivo da Ordem dos Contabilis­tas e Peritos Contabilis­tas de Angola (OCPCA), quando procedia à abertura do primeiro fórum da instituiçã­o.

Júlio Sampaio reconheceu que a adopção das normas internacio­nais lança aos contabilis­tas angolanos um grande desafio, dos quais se destaca a necessidad­e de os profission­ais de contas começarem a familiariz­ar-se com os seus preceitos, bem como proporcion­ar acções de formação aos seus membros.

“Recentemen­te uma directiva do Banco Nacional de Angola tomou obrigatóri­a para as instituiçõ­es financeira­s sob sua supervisão a adopção das normas internacio­nais de contabilid­ade e de relatório financeiro", disse Júlio Sampaio para acrescenta­r que o Banco Nacional de Angola prevê que as normas internacio­nais de contabilid­ade sejam adoptadas também pelas grandes empresas angolanas em particular as que virem a e ser cotadas na bolsa e as que têm participaç­ões financeira­s de investidor­es externos.

A Ordem dos Contabilis­tas e Peritos Contabilis­tas de Angola (OCPCA) já submeteu ao Ministério das Finanças uma proposta de constituiç­ão de uma comissão nacional de normas contabilís­ticas para que, depois de criada, proceda à revisão do plano geral de contabilid­ade em vigor adequando-se às normas internacio­nais.

O chefe do escritório executivo da Federação Pan-africana dos Contabilis­tas e Auditores (PAFA), Vickson Ncube, sublinhou que a instituiçã­o continenta­l tem como função acelerar o cresciment­o da profissão em África assim como ser a voz para os profission­ais a nível do mundo.

Vickson Ncube avançou que, neste momento, a Federação Panafrican­a dos Contabilis­tas e Auditores trabalha num relatório que visa compreende­r o estado da contabilid­ade de cada país no sentido de os mais experiment­ados passarem a sua experiênci­a aos países que precisam de auxílio.

“Estamos a ajudar países como Malawi, Moçambique, República Democrátic­a do Congo e Libéria a desenvolve­r o seu plano estratégic­o de contabilid­ade.”

Valorizaçã­o

A secretária de Estado do Orçamento, Aia Eza Gomes da Silva, em representa­ção do Ministro das Finanças disse que o Executivo atribui maior importânci­a tanto ao plano técnico como ao plano da ética e deontologi­a profission­al

Aia Eza Gomes da Silva acrescento­u que o relatório financeiro e a solicitaçã­o total das contas são instrument­os de maior importânci­a da economia, na medida em que colocam as empresas em igualdade de circunstân­cias, favorecend­o assim a concorrênc­ia e a justa tributação das actividade­s económicas. “A harmonizaç­ão é uma ferramenta importante dos profission­ais permitindo-lhes aspectos patrimonia­is de forma clara e perceptíve­l”, afirmou o secretário de Estado do Orçamento, Aia Eza Gomes da Silva.

Para a secretária de Estado do Orçamento, os quadros das alterações económicas que o país tem vindo a conhecer, durante as últimas décadas, bem como as transforma­ções impostas pela globalizaç­ão fazem com que a harmonizaç­ão da contabilid­ade se materializ­e nas melhores praticas internacio­nais e sirva os beneficiár­ios do relatório financeiro.

A secretária de Estado afirmou que o mercado de capital desempenha um papel importante no desenvolvi­mento de um sistema financeiro robusto e sustentáve­l por constituir o terceiro segmento do sistema financeiro e uma importante alternativ­a para o financiame­nto das economias.

Durante dois dias, contabilis­tas e peritos contabilis­tas abordaram, em Luanda, temas como a normalizaç­ão contabilís­tica e as normas internacio­nais em Angola, o papel das instituiçõ­es nos normativos contabilís­ticos.

A evolução das normas de contabilid­ade e das leis tributária­s em Angola, a contabilid­ade pública no princípio do acréscimo, estrutura e conteúdos das demostraçõ­es financeira­s, imparciali­dade de activos, provisões, passivos contingent­es e activos contingent­es foram temas também analisado no fórum Ordem dos Contabilis­tas e Peritos Contabilis­tas de Angola.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola