Escassez exige participação de investimentos privados
A crescente escassez de recursos financeiros dos países exige que os Estados e gestores recorram ao sector privado para buscar parcerias de apoio ao investimento público. A sugestão foi apresentada na quinta-feira pelo presidente da Associação Empresarial de Luanda (AEL), quando discursava durante o fórum económico das cidades sustentáveis.
Francisco Viana lembrou que o país atravessa um momento difícil, devido à conjuntura económica e financeira motivada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional.
O Estado não terá dinheiro suficiente para realizar o investimento público desejado, obrigando os gestores a gizarem políticas que se adequem aos recursos financeiros disponíveis e satisfaçam as necessidades dos cidadãos.
“O Estado não chega para avançar com todos os projectos de investimentos públicos, exigindo que os servidores públicos e privados façam mais e melhor com menos dinheiro, gerindo bem os recursos disponíveis”, acrescentou.
Para concretizar este desejo, afirmou, os gestores devem combater o desperdício, a má gestão, corrupção e valorizar a meritocracia e a boa governação, visando proporcionar aos cidadãos melhores condições de vida. Para isso, os responsáveis municipais, principalmente das cidades lusófonas, têm responsabilidades acrescidas na criação de melhores condições e qualidade de vida da população, tendo em conta que nas próximas décadas 80 por cento da população mundial vão viver nas cidades.
O empresário Francisco Viana considerou o município de Viana o centro da produção nacional, por reunir condições propícias para expandir o desenvolvimento produtivo e acelerar o processo de diversificação económica que o país atravessa.
A título de exemplo do potencial económico deste município, o empresário classificou o Pólo de Investimento de Viana (PIV), onde estão instaladas mais de mil empresas em 100 hectares de superfície, como o primeiro maior do mundo. O segundo maior do mundo está na Turquia, com 50 hectares.
Entre as empresas instaladas no PIV, o responsável destacou a existência do centro de distribuição de tecnologias de informação e indústrias petrolíferas, que tem uma área de construção de dois milhões de metros quadrados.
O empresário referiu que o Pólo Industrial de Viana, onde dez por cento do capital investido pertencem ao Estado e os demais ao sector privado, representa um verdadeiro exemplo do resultado de parcerias público-privadas.