Jornal de Angola

Milhares de sul-sudaneses recebem ajuda de Cartum

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As autoridade­s de Cartum anunciaram a abertura de um novo “corredor humanitári­o” para levar ajuda às pessoas afectadas pela fome no Sudão do Sul, informou a coordenado­ra da ONU para o Sudão, Marta Ruedas, num comunicado divulgado na quinta-feira.

Trata-se do segundo corredor para o Sudão do Sul aberto pelo Sudão neste mês. Será usado para levar ajuda humanitári­a da cidade de El-Obeid, no centro do Sudão, até Aweil, no estado sul-sudanês de Bahr al-Ghazal. O Programa Mundial Alimentar (PAM) pretende entregar cerca de sete mil toneladas de sorgo a 540 mil sulsudanes­es através desse corredor.

Ao todo, 5,5 milhões de pessoas dependem da ajuda alimentar no Sudão do Sul. Nas zonas rurais, os habitantes, que devem com frequência esconder-se para evitar os combates, são obrigados a comer folhas de árvores e sementes. Fracos, desnutrido­s e famintos, bebem água insalubre de charcos, ou canais, o que faz da cólera uma ameaça permanente.

Em meados de Abril, as autoridade­s registaram 6.222 casos de cólera, com 172 óbitos, desde o início da epidemia em Junho de 2016. A chegada da temporada de chuvas pode agravar a situação. Por outro lado, mais de 95 mil sul-sudaneses entraram no Sudão desde o início de 2017, anunciou a ONU que acrescento­u que outros milhares continuam a fugir da guerra e da fome que assolam o país.

Independen­te desde 2011, o Sudão do Sul declarou estado de fome em algumas regiões do país em Fevereiro, o que afecta pelo menos um milhão de pessoas.

Segundo o Escritório da ONU para a Coordenaçã­o de Assuntos Humanitári­os (Ocha), quase 390 mil sul-sudaneses encontrara­m abrigo no Sudão desde que a guerra civil começou no país, em Dezembro de 2013. A ONU prevê que as chegadas de refugiados continuem ao longo do ano.

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ISAAC KASAMANI/AFP Sudão alivia o sofrimento de refugiados

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