CASA-CE nega dificuldades na elaboração de candidaturas
A integração do Bloco Democrático na CASA-CE não vai atrapalhar o processo de candidatura da coligação às próximas eleições gerais marcadas para o dia 23 de Agosto. A afirmação foi feita ontem ao Jornal de Angola por Lindo Bernardo Tito, um dos vice-presidentes da CASA-CE, para quem caberá apenas ao Tribunal Constitucional fazer a anotação da integração do Bloco Democrático na coligação.
O Conselho Presidencial da CASA-CE aprovou na quinta-feira, por unanimidade, a integração do Bloco Democrático na coligação e a questão que muitos analistas colocam é a de saber se a formação política liderada por Abel Chivukuvu estaria a tempo de apresentar a candidatura às eleições com o processo de integração do novo partido coligado.
“Não há nenhum impedimento legal com a integração do Bloco [Democrático]. O importante é que há a vontade dos militantes do Bloco integrarem a CASA-CE e, também, a vontade dos partidos constituintes da CASA-CE de aceitarem a integração do Bloco. Pensamos que, nestes termos, a questão está arrumada. Apenas o que o Tribunal Constitucional deverá fazer é anotar esta pretensão”, disse Lindo Bernardo Tito, também ele jurista.
O Bloco Democrático aprovou a proposta para concorrer às próximas eleições gerais coligado com a CASA-CE numa reunião do seu conselho nacional, realizada no dia 22 de Abril. A decisão foi tomada após um ano de conversações, segundo o presidente do partido, Justino Pinto de Andrade. “Agora teremos de formalizar tudo isso a nível das instâncias judiciais”, disse Justino Pinto de Andrade, em declarações prestadas à agência Lusa. O presidente da CASA-CE manifestou o seu agrado pela decisão do Bloco Democrático de concorrer às eleições gerais coligado com a segunda força política da oposição. Em declarações prestadas igualmente à Lusa, Abel Chivukuvuku classificou o Bloco Democrático como um “bom partido”. A CASA-CE é constituída por quatro partidos: o PALMA, o PNSA, o PPA e o PADDA-AP. As candidaturas às eleições gerais de 23 de Agosto devem ser apresentadas entre 2 e 21 de Maio, anunciou na quinta-feira o Tribunal Constitucional, em comunicado, sublinhando que o prazo não é prorrogável. As candidaturas deverão ser depositadas todos os dias nas instalações do Tribunal Constitucional, situado no Palácio da Justiça, incluindo os sábados e domingos, entre as oito e as 17 horas. Abel Chivukuvuku disse que a CASA-CE “está em campanha eleitoral permanente desde 2013”, com o intuito de transmitir confiança e esperança aos cidadãos, porque “em Agosto a coligação será governo”. “O fundamental é dizer que Angola deve ter razões para acreditar, os angolanos têm que ter fé de que podemos fazer um país sério, um país que cuida dos seus filhos, um país onde as pessoas têm esperança e certeza de que conseguem realizar os seus sonhos”, acrescentou.
Segundo Justino Pinto de Andrade, o Bloco Democrático tenciona concorrer às eleições no quadro da coligação, mas “mantendo a sua identidade própria” e a adesão deve manter-se após as eleições. “É evidente que o nosso trabalho não se esgota no acto das eleições, mas nós temos também uma sequência de interacções depois, ao longo do futuro do nosso país, e naturalmente aí tem de haver uma renovação de vontades”, acrescentou.