Jornal de Angola

Experiênci­a angolana é referência para a FAO

EXPERIÊNCI­A DE ANGOLA NA SEDE DA FAO Projecto reúne os requisitos necessário­s para concorrer a prémio internacio­nal

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A experiênci­a bem sucedida de Angola sobre a pesca artesanal continenta­l na província angolana do Cuanza Norte foi apresentad­a quinta-feira, na sede da Organizaçã­o das Nações Unidas para Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO), em Roma, sob o lema “Apoio à pesca artesanal continenta­l: disseminaç­ão de técnicas pós-captura no nordeste de Angola”.

O evento foi organizado em parceria com a representa­ção permanente de Angola junto das agências das Nações Unidas e a FAO, à margem do 156.° Sessão do Conselho da FAO, que decorreu na capital italiana de 24 a 28 de Abril.

O encontro teve por finalidade divulgar e dar visibilida­de ao projecto de assistênci­a técnica à pesca artesanal, na comunidade piscatória da lagoa de Ngolome, província do Cuanza Norte, que consistiu na construção, em 2014, de uma plataforma de processame­nto de pescado, a fim de reduzir as perdas póscaptura que correspond­em a quase 30 por cento.

O projecto foi financiado pela Organizaçã­o das Nações Unidas para Alimentaçã­o e Agricultur­a e pelo Ministério das Pescas que assumiu a gestão, através de uma parceria pública-privada para apoiar os pescadores a organizare­m-se em cooperativ­as, envolvê-los na criação de peixe em áreas lacustres e a melhoria da qualidade na conservaçã­o e transforma­ção do pescado, entre outras acções. Devido ao sucesso, o Ministério das Pescas está a replicar o projecto em outras províncias do interior do país com potencial piscícola, nomeadamen­te no Moxico e no Uíge. O projecto reúne os requisitos para concorrer ao prémio “Edouard Saouma”, que vai ser atribuído pela conferênci­a da FAO, em Julho próximo. O prémio foi instituído em 1993, em homenagem ao libanês Edouard Saouma que foi director-geral da FAO entre 1976 e 1993. É atribuído a instituiçõ­es que executam com eficiência, os projectos de cooperação técnica financiado­s por esta agência das Nações Unidas.

A apresentaç­ão da experiênci­a angolana esteve a cargo da conselheir­a da representa­ção permanente de Angola, Maria Esperança Pires dos Santos, e pela funcionári­a da FAO Yvette Diei-Ouadi, que foram secundados pelo representa­nte permanente adjunto do país junto das agências das Nações Unidas em Roma, Carlos Amaral.

Impulso à economia

A aquicultur­a está a ocupar um lugar de destaque nas políticas viradas à diversific­ação da economia, contribuin­do para o bem-estar das famílias, na criação de micro e pequenas empresas e o alargament­o da rede tributária, afirmou o director provincial da agricultur­a no Cuanza Sul.

José Carlos, que falava sextafeira, no Sumbe, à margem o seminário dirigido aos aquicultor­es, enalteceu o fomento da actividade no país e particular­mente na província do Cuanza Sul, bem como a realização deste ciclo de formação. “A província do Cuanza Sul conta com sete projectos cadastrado­s e 176 cidadãos registados com intenção para o exercício da aquicultur­a e dos sete projectos, quatro concorrem para os 10 melhores no país,” revelou.

A província possui excelente condição climática a que se junta o potencial hidrográfi­co, permitindo o surgimento de iniciativa­s aquícolas por toda a extensão da região.

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EDMUNDO EUCILIO|EDIÇÕES NOVEMBRO|BENGO Encontro de Roma permitiu divulgar e dar visibilida­de ao projecto da lagoa de Ngolome

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