Sonangol à procura de mercados
FEIRA EM HOUSTON
Uma maior divulgação das capacidades nacionais no domínio do petróleo e do gás, bem como a atracção de investimento foram referidas, domingo, em Houston (EUA), pela presidente da Sonangol USA como principais apostas da participação da companhia na edição 2017 da Conferência de Tecnologia Offshore.
Uma maior divulgação das capacidades nacionais no domínio dos petróleo e gás, bem como a atracção de investimento foram referidas, domingo, em Houston (EUA), pela presidente da Sonangol USA como principais apostas da participação da companhia na edição 2017 da Conferência de Tecnologia Offshore.
Elma Pegado, que falava a propósito do encontro que decorre de domingo a quinta-feira em Houston, Texas, referiu que a Sonangol Holding se apresenta no certame com algumas das suas participadas e pretende atingir estes objectivos através da divulgação de serviços e produtos existentes no sector petrolífero em Angola.
Naquela que é a primeira vez que a Sonangol USA, implantada naquele país há 20 anos, participa na exposição, Elma Pegado prevê que se consiga “mostrar Angola ao mundo petrolífero, numa altura em que o mercado do petróleo e gás enfrenta algumas dificuldades”.
A Sonangol USA, especializada na venda de petróleo no mercado norte-americano, enfrenta limitações resultantes da descida do preço do barril e os compromissos das autoridades nacionais, declarou a responsável. Os cortes do preço do petróleo bruto provocaram a diminuição das alocações para a exportação, “o que dificulta os nossos contactos com os investidores norte-americanos”.
Elma Pegado acrescentou que foram reduzidas as quantidades disponíveis para a venda àquele mercado desde Fevereiro de 2016 e que o fluxo de petróleo angolano para aquele mercado é muito reduzido. Os Estados Unidos têm uma produção de 9,2 milhões de barris por dia e um consumo de quase o dobro, rondando os cerca de 20 milhões de barris por dia. Elma Pegado referiu o cumprimento, por parte do país, de algumas orientações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que determinou alguns cortes na produção.
As receitas arrecadadas e serviços prestados pela Sonangol Serviços Marítimos (Sonasurf) continuam satisfatórios, apesar da crise no sector petrolífero a nível mundial, declarou à Angop o presidente da companhia, Mark Heater.
Em declarações à imprensa a propósito da participação da Sonangol e algumas participadas na OTC, um dos maiores eventos do sector petrolífero, Mark Heater manifestou a sua confiança no sucesso da empresa e no seu futuro.
Mark Heater lembrou que a indústria petrolífera enfrenta um mau momento, ao contrário do mercado de “shipping”, até porque a companhia possui um número significativo de serviços e o ano de 2017 tem decorrido com normalidade.
“Independentemente do preço do petróleo subir ou baixar, as empresas sempre sentirão a necessidade de movimentar os seus produtos para distintos sítios, dai o facto de, mesmo nesta altura, a actividade ser positiva.”
Criada em 2010, uma vez que esta actividade era da responsabilidade da Sonangol USA, a Sonasurf dá passos satisfatórios, afirmou o presidente do conselho de administração da companhia.
Em relação à Conferência de Tecnologia Offshore, disse ser um encontro bom para a indústria, para Houston e a Sonangol, por o mercado reconhece a capacidade da petrolífera angolana.
Sonasurf lidera mercado
A Sonasurf ambiciona se tornar líder no mercado nacional de “shipping” e é no quadro dessa perspectiva que participa na Conferência de Tecnologia Offshore, um dos maiores eventos do sector petrolífero a nível mundial, disse o director-geral da empresa, Albano Fernandes.
A companhia conta com 14 navios próprios e 60 de parceiros, uma vez que é um consórcio operado entre a Sonangol Holdings e a empresa francesa Bourbons, que é uma das líderes no mercado.
“Esperamos ser a líder no mercado nacional e, neste momento, estamos a caminho. Com 74 navios a operar em Angola esperamos poder prestar também este serviço a outras companhias petrolíferas na região”, disse Albano Fernandes.
O responsável informou que a Sonasurf é uma companhia certificada com a norma ISO 9001 de 2008 e está preparada para prestar serviço aos maiores operadores petrolíferos mundiais como a Total, Esso ou Chevron.
“O nosso negócio é ajudar as operadoras petrolíferas a explorarem petróleo no offshore e, para isso, precisam de transporte marítimo. Nós transportamos pessoas, carga e fazemos todas as operações que forem necessária”, acrescentou o director- da Sonasurf.
Albano Fernandes disse também que a companhia marítima trabalha com todos os operadores petrolíferos em Angola, à excepção da BP, e os clientes estão extremamente satisfeitos com os resultados em termos de segurança no trabalho, fiabilidade dos navios e disponibilidade dos mesmos.
Manifestou satisfação por a empresa ter um grande número de angolanos a trabalharem nos seus navios e em posições de destaque, mas lamentou os estragos provocados pela crise.
“Tivemos de nos readaptar, porque as grandes companhias petrolíferas reduziram bastante os investimentos e os nossos navios estão a operar unicamente em apoio à produção e já não tanto na exploração, porque os operadores petrolíferos baixaram um pouco o investimento nesta área”.
A Sonasurf conta actualmente com 1700 funcionários, dos quais 900 angolanos - 700 marinheiros e 200 administrativos - e tem instalações em Cabinda, Luanda e Soyo, com uma procura considerável dos seus serviços.