Barbosa deixa vazio no desporto
O desporto angolano, em particular a modalidade de futebol, viu partir na quarta-feira para a eternidade o antigo futebolista e treinador António Sebastião Barbosa “Komba”, vítima de doença.
Professor de educação física, formado no Instituto Médio “Major Saidy Mingas”, Barbosa decidiu por influência de amigos abraçar a carreira futebolística, aos 18 anos.
Dono de uma técnica apurada, despertou a cobiça do Ferroviário da Huíla, onde jogou durante três épocas (de 1983 a 86), numa equipa que tinha como destaque Mavó, Mateus Godó, Nascimento, Mano e Currula.
Em 1987 o jogador é contratado por João Machado, para reforçar o plantel do 1º de Agosto, ajudando a equipa a conquistar a segunda posição no campeonato. Na formação do Rio Seco, Barbosa conquistou vários títulos, designadamente Girabola, Taça de Angola e Supertaça, até terminar a carreira futebolística.
Depois de pendurar as chuteiras, a antiga estrela do futebol optou pela carreira de treinador, reforçando os quadros do 1º de Agosto, nas camadas de formação. Foi o mentor pela ascensão de muitos jogadores talentosos, sendo um dos exemplos António Viana “Mendonça”, descoberto no município do Cazenga.
Enquanto futebolista, Barbosa representou a Selecção Nacional de Honras, em diversas competições internacionais. Além de adjunto do moçambicano Daúto Faquirá e do angolano Romeu Filemon, António Barbosa chegou a treinador principal do Desportivo da Huíla. Com o seu desaparecimento físico, o futebol angolano perde uma das suas bibliotecas. Consternado com a morte de Barbosa, o técnico João Machado referiu que o país vê partir uma excelente pessoa: “Foi meu jogador no 1º de Agosto, trabalhador e tinha um grande carácter. Faltam-me palavras para descrever o humanismo de Barbosa. Perdemos uma pessoa do bem.”
Julião Dias, ex-companheiro de equipa e compadre, soluçava ao narrar os momentos que partilhou com Barbosa. Depois de uma pausa de cinco segundos, com voz trémula, deixou escapar algumas palavras. “Perdemos um amigo, camarada e pessoa de trato fácil. Ai, Barbosa!”
Rui Paulino, ex-avançado do Sagrada Esperança, lamentou a morte de Barbosa, ao considera-lo amigo dos seus amigos.”É uma perda irreparável.”