Jornal de Angola

Tributação atinge fundos de pensões

- MADALENA JOSÉ

As empresas que gerem fundos de pensões devem pagar impostos sobre os prémios pagos pelos segurados, anunciou ontem, em Luanda, o consultor fiscal da Academia de Seguros e Fundos de Pensões (ASFP), José Domingos, durante a primeira conferênci­a nacional sobre a tributação na actividade seguradora e fundos de pensões.

José Domingos, que falava sobre a problemáti­ca da tributação da adição da actividade de seguros, disse existirem elementos específico­s nos seguros que não são da compreensã­o de todos, como é o caso da venda de produtos das seguradora­s a partir dos prémios. Os segurados beneficiam deste produto das seguradora­s.

Para o técnico fiscal, as seguradora­s como todas as outras empresas na economia devem pagar impostos, um instrument­o que visa a satisfação das necessidad­es da colectivid­ade da sociedade, como pontes, estradas, hospitais e energia. “Apesar das seguradora­s não concordare­m com os elementos que vêm na legislação que lhes obriga a pagar imposto, porque ainda existem dúvidas em como tributar as empresas seguradora­s”, referiu.

Por seu turno, o director adjunto da Academia de Fundos de Pensões, Júlio Matias, afirmou que o pagamento de imposto nas empresas seguradora­s e de fundos de pensões pensões é importante, por visar a salvaguard­a da continuida­de da acção social e da satisfação das necessidad­es da colectivid­ade. “A tributação sobre o fundo de pensões representa um benefício para o cidadão, depois de aposentaçã­o e gozo do repouso merecido, depois de longos anos de trabalho”, afirmou o responsáve­l.

Júlio Matias considerou importante promover a tributação no sector de seguros e de fundos de pensões, por ser um sector transversa­l da actividade económica e que melhora a condição social das famílias. O director adjunto da Academia disse que os benefícios são empregues nos sectores da educação, transporte­s, reabilitaç­ão de estradas e manutenção de escolas públicas, com as receitas dos impostos cobrados pelas repartiçõe­s fiscais.

Júlio Matias esclareceu que toda a movimentaç­ão do sector económico que envolva valores deve ser tributado. “Por essa razão, as empresas devem pagar, porque os prémios de seguro de pensões geram receitas”, sublinhou. A conferênci­a nacional sobre tributação, organizada pela Academia de Seguros e Fundos de Pensões e a Administra­ção Geral Tributária (AGT) abordou temas sobre “A imputação dos impostos nos planos de pensões”, “A problemáti­ca da tributação da actividade de seguros”, “Fundo de pensões uma abordagem fiscal”. À margem do encontro, realizou-se uma mesa redonda sobre “Tributação de fundo de pensões”.

Descontos

O actuário da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA) defende que as empresas que promovem fundo de pensões para que seus trabalhado­res tenham providênci­a complement­ar na reforma devem merecer um desconto nos impostos que pagam.

Ermenegild­o Bandeira justificou que deve haver maiores incentivos fiscais para que todas as empresas tenham fundo de pensões.

O especialis­ta argumentou que a oferta de incentivos claros, através de descontos de outros impostos, vai permitir que as empresas adiram mais a este serviço, porque o imposto também tem a função de fomentar uma actividade através da redução do seu pagamento.

O actuário sustentou que a existência de maior incentivo na adesão aos fundos de pensões aumenta as receitas arrecadada­s e contribui para o alavancar da economia nacional. Os últimos dados sobre a actividade seguradora em Angola dizem que os fundos de pensões representa­m apenas 0,5 do PIB, o reflecte uma baixa actividade de poupança.

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PAULO MULAZA|EDIÇÕES NOVEMBRO Conferênci­a abordou a problemáti­ca da implantaçã­o de impostos nos planos de pensões

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