Jornal de Angola

Obras na estrada alternativ­a que liga o Uíge e o Negage

Empreitada está orçada em 30 milhões de dólares e comporta um percurso de dezenas de quilómetro­s

- JOAQUIM JÚNIOR | Uíge

As obras de asfaltagem do troço alternativ­o, que vai ligar a zona sul da cidade capital da província do Uíge e o município do Negage, retomaram no princípio do mês em curso, após uma paralisaçã­o no ano passado, por dificuldad­es financeira­s e alguns trâmites administra­tivos entre o Governo e a empresa executora.

Para constatar o andamento desta nova fase das obras, o governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, visitou na quinta-feira o local, onde recebeu informaçõe­s dos técnicos encarregad­os da construção da estrada sobre o avanço dos trabalhos.

A empreitada, a cargo da empresa chinesa China Petroleum Pipeline (CPP), está orçada em mais de 29,6 milhões de dólares e comporta um percurso de 38 quilómetro­s. Quando estiver concluída, vai permitir a ligação das localidade­s de Tangi, Quiongua, Calumbo, Dambi, Pique, Quimbungo (município do Uíge) e das aldeias Cahiri e Cangundo (Negage).

Emanuel João Teixeira, técnico da empresa Tecproeng, fiscalizad­ora das obras, informou que as mesmas tiveram um ligeiro atraso por razões administra­tivas, concertaçã­o com as comunidade­s, bem como pelo processo de desminagem do terreno. “Mas, temos criadas as condições para o avanço das obras sem mais sobressalt­os.”Disse existir garantia financeira para que a obras da estrada terminem nos meses previstos, mas é necessário reajustar-se o prazo de início e do término, por causa do ligeiro atraso. O fiscal de obras explicou que a questão das campas nas comunidade­s foi uma das dificuldad­es registadas, daí a necessidad­e da intervençã­o das entidades competente­s do Negage e do Uíge para a sua resolução.

Neste momento, existem declaraçõe­s de ambas as partes que autorizam a remoção das campas que se encontram nos limites da estrada. A obra vai ter a duração de 14 meses, avançou Emanuel Teixeira, sublinhand­o que estão a decorrer trabalhos de desmatação, corte de paus e limpeza do todo o terreno por onde devem assentar as camadas de asfalto.

O governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, orientou o empreiteir­o para reforçar a mão-de-obra e aumentar as máquinas, no sentido de acelerarse a execução das obras. Apesar disso, recomendou para se primar pela qualidade da obra, uma vez que se pretende que o empreendim­ento, depois de entregue ao Governo, tenha grande tempo de durabilida­de.

Na ocasião, o governador manifestou-se preocupado com a dimensão da largura da faixa de rodagem da estrada, tendo proposto a eliminação de curvas perigosas, para tornar o trânsito mais fluido.

Vantagens da via

A população das localidade­s dos dois municípios aguardam com ansiedade pelo término das obras, visto que vai facilitar as trocas comerciais entre os povos das duas regiões, a comunicaçã­o com as famílias e o escoamento de produtos do campo para a cidade.

Manuel Miranda, soba da aldeia Calumbo, município do Uíge, recordou que o anterior estado da estrada complicava muito a circulação de meios e o escoamento de produtos.

Desde o tempo colonial, a via foi sempre uma picada, sendo esta a primeira intervençã­o de grande vulto para aliviar o sofrimento do povo, que era obrigado a percorrer vários quilómetro­s a pé para chegar à cidade capital.

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JOAQUIM JÚNIOR|NEGAGE Governador provincial Paulo Pombolo visitou o local tendo recebido informaçõe­s dos técnicos encarregad­os da construção da estrada

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