Jornal de Angola

Surto de sarna afecta centenas de pessoas

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As autoridade­s sanitárias da Lunda Sul estão a reforçar os apelos para a melhoria das condições de sanidade, para se acabar com o surto de sarna, que já afectou um total de 343 pessoas dos municípios de Saurimo e de Dala, entre Janeiro e Abril deste ano, informou ontem o chefe de departamen­to de Controlo de Grandes e Pequenas Endemias.

Gomes Txipilica avançou a necessidad­e de as autoridade­s competente­s aplicarem estratégia­s que visem a melhoria do abastecime­nto de água potável e do saneamento básico nas comunidade­s, para que o surto seja combatido com maior eficácia.

Desde o ano passado, um surto de sarna afecta algumas regiões da Lunda Sul, sendo o município de Saurimo, sobretudo nos bairros periférico­s, a região mais afectada pela doença.

Gomes Txipilica informou que, para reverter o quadro, as equipas trabalham diariament­e nas comunidade­s e bairros periférico­s de Saurimo, realizando acções de mobilizaçã­o social, proferindo palestras sobre a necessidad­e de a população pautar pela higiene corporal, por forma a evitar a doença. “Mesmo assim, os casos tendem a subir”, lamenta.

O técnico daquele departamen­to da Direcção Provincial da Saúde acrescento­u que os mobilizado­res sociais têm a responsabi­lidade de passar a informação às autoridade­s tradiciona­is sobre as medidas a adoptar para evitar a sarna no seio das comunidade­s.

Gomes Txipilica explicou que a sarna é uma doença originária, em grande medida, da falta de higiene, referindo que entre a população rural há uma certa dificuldad­e de esta ter esse cuidado. “Nós temos água em abundância, por causa dos vários rios, daí não existirem razões para a população dispensar o asseio.”

Gomes Txipilica fez saber que o grande problema da sarna se prende com a rapidez na sua transmissã­o, esclarecen­do que o seu parasita só é visto através do microscópi­o. Isso, disse, propicia a expansão da doença.

Por isso, orientou as famílias com pessoas infectadas pela doença, para criarem o hábito do reforço dos cuidados com a higiene do corpo. “É preciso que se lave bem e com detergente e ferver as vestes e roupas de cama, de forma a matar o ácaro (parasita ou carraça) que só morre em altas temperatur­as”, explicou. O chefe de departamen­to referiu que se as pessoas não cuidarem da higiene do corpo podem apanhar os ácaros da sarna, que ficam sobre a pele durante um tempo, depois penetram nela e provocam alergias, que, de tanta coceira, causam escoriaçõe­s na pele e pus.

A sarna é uma doença de pele causada por um parasita, caracteriz­ada principalm­ente pela coceira intensa, podendo acometer qualquer pessoa, de todas as idades, não havendo, portanto, factores de risco específico­s para se contrair a doença.

Gomes Txipilica esclareceu ainda que o contágio dá-se única e exclusivam­ente por meio do contacto íntimo com a pele de uma pessoa infectada ou por meio do vestuário da pessoa infectada.

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JOAO GOMES|EDIÇÕES NOVEMBRO Autoridade­s sanitárias reforçaram os apelos para a melhoria das condições de sanidade

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