Jornal de Angola

EUA retomam cooperação com Riade

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Washington está a trabalhar para aprovar contratos de dezenas de mil milhões de dólares em vendas de armas para a Arábia Saudita, antes da viagem do Presidente Donald Trump, confirmara­m ontem à agência noticiosa Reuters fontes da Casa Branca.

A Arábia Saudita é a primeira etapa de Trump na sua primeira viagem internacio­nal, um sinal de sua intenção de reforçar laços com um importante aliado regional.

Os Estados Unidos têm sido o principal fornecedor da maioria das necessidad­es militares da Arábia Saudita, de jactos de combate F-15 a sistemas de comando e controlo no valor de dezenas de mil milhões de dólares nos anos recentes. Trump prometeu estimular a economia dos EUA ao impulsiona­r empregos de manufactur­a. Washington e Riade estão ansiosos para melhorar relações tensas desde o ex-Presidente Barack Obama, em parte devidas liderança norteameri­cana num acordo nuclear com o Irão, rival da Arábia Saudita.

Programas da Lockheed Martin Co no pacote incluem um sistema de defesa de mísseis Terminal de Defesa Aérea de Alta Altitude (THAAD) com diversas baterias, disseram algumas fontes. O sistema THAAD, como o que está a ser colocado em operação na Coreia do Sul, custa cerca de mil milhões de dólares. Também em negociação está um sistema de software C2BMC para comando e controlo de confrontos e comunicaçõ­es, assim como um pacote de capacidade­s de satélites, ambos fornecidos pela Lockheed.

As fontes falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizada­s a discutir sobre as negociaçõe­s, que também incluem contratos relatados anteriorme­nte ou itens sob discussão há anos.

Um dos acordos, um pacote de 11,5 mil milhões de dólares para quatro navios multimissõ­es de combate em superfície e acompanhan­do serviços e peças, foi aprovado pelo Departamen­to de Estado em 2015. Conversas seguiram para fechar capacidade­s, configuraç­ões e design para os complexos navios de guerra, mas o acordo nunca seguiu para contrato final. O próximo passo para os navios é provavelme­nte um documento assinado pelos dois países, disseram as fontes. Versões do navio usadas pela Marinha dos EUA, o Navio de Combate Litoral, são fabricadas pela Bethesda, Lockheed Martin e a australian­a Austal.

Caso o acordo prossiga, vai ser a primeira venda de um pequeno navio de guerra de superfície para uma potência estrangeir­a em décadas. Qualquer grande venda de armas para o exterior está sujeita à supervisão do Congresso. Parlamenta­res devem levar em consideraç­ão um requerimen­to legal que Israel deve manter a sua vantagem militar sobre os vizinhos.

Mais de mil milhões de dólares em munições, incluindo ogivas perfurante­s e bombas guiadas a laser Paveway, feitas pela Raytheon Co, também estão no pacote.

O Governo Obama suspendeu a venda planeada devido a preocupaçõ­es sobre a campanha militar liderada pela Arábia Saudita no Iémen e mortes civis. Uma autoridade do Governo norte-americano disse que a proposta de venda da Raytheon ainda está em revisão entre agências. Um representa­nte da Raytheon rejeitou comentar sobre as vendas. A Lockheed informou que as vendas constituem decisões dos Governos.

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