CIA quer assassinar o líder
A Coreia do Norte acusou ontem a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos da América (EUA) de conspirar com a Coreia do Sul para assassinar o líder do país, Kim Jong-un, num momento de grande tensão na península coreana.
“A CIA e os serviços de inteligência de Seul planearam um vicioso complô com substâncias bioquímicas para assassinar o dirigente norte-coreano durante cerimónias públicas em Pyongyang”, afirma num comunicado o Ministério da Segurança do Estado.
A acusação foi divulgada após a intensificação da guerra verbal entre a Coreia do Norte e os EUA nas últimas semanas. O Governo norte-americano adoptou uma retórica áspera, afirmando estar pronto para resolver sozinho a questão norte-coreana.
Há poucos dias, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, afirmou na ONU que “todas as opções estão sobre a mesa” a respeito da Coreia do Norte e as ameaças de testes nucleares. O anúncio do Governo de Pyongyang também acontece após o assassinato em Fevereiro na Malásia do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-nam. Ele foi envenenado com VX, um poderoso agente neurotóxico, e tanto a Malásia quanto à Coreia do Sul acusaram a Coreia do Norte.
Num comunicado divulgado pela agência oficial de notícias KCNA, o Ministério norte-coreano afirma que a CIA e os serviços de inteligência sul-coreanos (IS) “corromperam ideologicamente” e “subornaram” um cidadão norte-coreano apenas designado por Kim para executar o ataque contra o líder do país.
O comunicado cita um assassinato usando produtos químicos que incluem substâncias radioactivas e nano-substâncias venenosas, um método que não requer aproximação do objectivo e os efeitos letais vão aparecer depois de seis ou 12 meses. Segundo o comunicado, o ataque pode ser realizado durante um desfile militar no mausoléu que abriga os corpos do pai do líder norte-coreano, Kim Kong-Il, morto em 2011, e de seu avô, Kim IlSung, o “fundador da nação”. Mas uma operação deste tipo seria extremamente difícil de preparar e executar, dizem analistas.