Banco BIC de Portugal revelou pesadas perdas
O Banco BIC Portugal registou prejuízos de 22,7 milhões de euros em 2016, noticiou ontem a imprensa portuguesa. O registo de imparidades de 39,5 milhões de euros, decido à reestruturação da dívida da PT International Finance (PTIF), foi a principal causa dos resultados negativos da instituição liderada por Fernando Teixeira dos Santos.
A imprensa dá conta que esta foi a fórmula encontrada para o banco deixar de estar exposto à PTIF. No final de 2015, o Banco BIC tinha um investimento de 48 milhões de euros em três linhas de obrigações da PTIF, que passou para a Oi.
Após o anúncio do plano de perdão de dívida da Oi, o banco decidiu transferir as três obrigações para a carteira de investimentos detidos até à maturidade e constituir uma imparidade de 39,5 milhões de euros para estes títulos, segundo o relatório e contas do banco, do qual o Jornal de Negócios (acesso pago) dá conta esta quinta-feira.
As obrigações detidas pelo BIC são vencidas em 2018 e 2019. Como o banco pretende manter estes títulos, a instituição pode vir a constituir mais provisões ou apresentar ganhos, conforme a evolução da cotação destes títulos.
Actualmente, estes títulos estão avaliados em 9,9 milhões de euros. O Banco BIC registou uma melhoria de 0,6 por cento da margem financeira (diferença entre juros cobrados e juros pagos) para os 127 milhões de euros e os custos operacionais diminuíram 9,5 por cento para os 98,6 milhões de euros.
O impacto das provisões da PTIF foi ainda minimizado pelo ganho de 8,9 milhões de euros com a venda da participação na Visa Europe, que foi adquirida pela Visa em Junho de 2016.
Em Angola, os lucros do Banco BIC registaram um crescimento de 27 por cento, ao atingir 33, 663 mil milhões de kwanzas, no exercício de 2016, mesmo numa altura em que a economia angolana está a ser fortemente penalizada pela baixa substancial dos preços do petróleo no mercado internacional.
As estatísticas do banco BIC apontam para um crescimento de 26 por cento do produto bancário, o que reflecte mais de 368.398 créditos cedidos a empresas e particulares, 446.556 créditos ao Estado.
O gestor disse que 27 por cento destes créditos já foram vencidos e 204 empréstimos continuam a ser liquidados, entre os quais os cerca de 36 mil milhões de kwanzas cedidos a empresas e particulares, indicam os dados disponíveis.
Perante uma crise financeira acentuada, com fortes quedas nas receitas fiscais e nas receitas das exportações, Fernando Teles, o presidente da instituição bancária, reconhece o “esforço considerável do Executivo para implementar um conjunto de reformas a nível da máquina administrativa do Estado, ao nível do enquadramento normativo do sector bancário e ainda ao nível da administração fiscal, com o objectivo de promover o equilíbrio e a estabilidade económico financeira do país”.