Jornal de Angola

Conselho debate problemáti­ca das famílias

Desenvolvi­mento humano sustentáve­l no centro das atenções do encontro na cidade do Dundo

- JOÃO SILVA |

A promoção dos direitos e as responsabi­lidades das famílias, como pressupost­os para o desenvolvi­mento humano sustentáve­l, foram analisados sexta-feira, na cidade do Dundo, na Luanda Norte, durante a 20.ª sessão do Conselho Provincial.

Promovido pela Direcção Provincial da Família e Promoção da Mulher, no quadro da jornada nacional da família, o encontro visou reflectir os temas que colocam a família no centro das atenções, no que concerne às políticas públicas de valorizaçã­o e reforço das competênci­as familiares.

O encontro dividiu-se em quatro painéis, designadam­ente, o direito e a responsabi­lidade da família e do estado na protecção social, família e a educação sexual e reprodutiv­a, ante-projecto do código de família em Angola e a família e os direitos de cidadania.

Os quatro painéis comportara­m oito temas, distribuíd­os em dois para cada painel, onde os participan­tes do conselho provincial da família falaram sobre os sistemas de protecção social do Estado e seu alcance às famílias vulnerávei­s, as responsabi­lidades das famílias na protecção dos seus membros e na prevenção e combate à violência doméstica e à violação sexual de menores. A penalizaçã­o e/ou despenaliz­ação do aborto à luz do novo projecto do código penal e o papel da família na prevenção da gravidez e casamento precoces, a dinâmica e evolução das questões familiares no contexto da globalizaç­ão, proposta de inovações a introduzir ao código em revisão, constaram também dos temas debatidos.

Os membros do Conselho Provincial da Família na Lunda Norte debruçaram-se igualmente sobre o papel e importânci­a das famílias, na mobilizaçã­o dos seus membros em idade de votar para o êxito do processo eleitoral e avaliaram o grau de cumpriment­o e das recomendaç­ões saídas da décima nona sessão, realizado no ano transacto. O governador provincial da Lunda Norte, Ernesto Muangala, destacou a promoção e defesa dos direitos e das responsabi­lidades da família e dos seus membros, referindo que tal constitui um assunto que possui o suporte do direito internacio­nal, através dos seus vários instrument­os.

Ernesto Muangala sublinhou que destes instrument­os consta a declaração universal dos direitos humanos, a carta africana dos direitos humanos e dos povos, a convenção internacio­nal sobre eliminação de todas as formas de discrimina­ção contra a mulher e outros que têm o acolhiment­o no artigo 35 da constituiç­ão da República de Angola e nos demais instrument­os jurídicos nacionais, com destaque para o código da família, aprovado pela lei 1/88 de 20 de Janeiro.

O governante disse que, apesar do destaque e interesse do Estado angolano em regular as relações familiares, por via do direito familiar, é na área da família onde continuam a subsistir os grandes desafios, devido ao seu carácter dinâmico e único.

O número crescente de famílias monoparent­ais, dirigidas apenas pela mãe ou pai, fruto do divórcio e, na maioria dos casos, devido à fuga à paternidad­e, segundo o governador da Lunda Norte , constitui, nos dias que correm, uma realidade e ao mesmo tempo um desafio no domínio do direito da família.

Neste sentido, referiu, a intervençã­o do Estado em todas as áreas da família, com destaque para a esfera jurídica, o casamento, o divórcio, a interrupçã­o voluntária da gravidez, as responsabi­lidades parentais na esfera económica regula o trabalho, as prestações da segurança social, a poupança e o acesso à habitação.

Para o governante, do ponto de vista institucio­nal, o Estado organiza o sistema escolar, a guarda de crianças, promove a igualdade do género e procura prevenir a violência na família. O governador provincial admitiu ainda a existência de muitas discussões à volta do ante-projecto do novo código da família tendo, para tal, destacado o estabeleci­mento da possibilid­ade do casamento religioso poder produzir efeitos civis, nos termos previstos no código da família, a extensão do impediment­o relativo ao matrimónio, em caso de parentesco até ao quarto grau e o casamento entre tio e sobrinha.

O ano de 2017, de acordo com Ernesto Muangala, foi consagrado o ano da juventude, da estruturaç­ão da sociedade, integração e ajustament­o familiar.

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BENJAMIN CÂNDIDO |EDIÇÕES NOVEMBRO|DUNDO A penalizaçã­o ou despenaliz­ação do aborto à luz do novo código penal e o papel da família na prevenção da gravidez precoce estiveram em análise

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