Treinador António Barbosa sepultado ontem em Luanda
Os restos mortais do antigo futebolista e treinador António Sebastião Barbosa “Mister Komba” foram ontem a enterrar no cemitério de Benfica, em Luanda, num ambiente de profunda dor e comoção, em que familiares, amigos, desportistas e pessoas singulares compareceram no local para prestarem a última homenagem ao antigo atleta. Os generais Pedro Neto, antigo presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), e Francisco Furtado, antigo vice-presidente do 1º de Agosto, também marcaram presença no funeral.
De 56 anos, Barbosa faleceu na quarta-feira vítima de doença, em Luanda. Mister Komba, como era carinhosamente tratado, inicia a carreira futebolística nos juvenis do Santos de Calomboloca, depois ingressou nos juniores do CPPA (hoje Interclube), com comando técnico de Napoleão Brandão.
Exímio meio-campista, Barbosa desperta a cobiça do Ferroviário de Luanda, onde actuou durante três épocas, rumando depois para o homónimo da Huíla. Nas “locomotivas” das terras altas da Chela, Barbosa brilhou como jogador, num conjunto recheado de excelentes executantes, casos de Mavó (já falecido), Nascimento, Mano e Currula. Em 1987, sob proposta do treinador João Machado, reforça o plantel do 1,º de Agosto, onde se sagra vice-campeão nacional. Na formação do Rio Seco, Barbosa conquistou vários títulos, designadamente Girabola,Taça de Angola e Supertaça de Angola.
Nas vestes de treinador, António Barbosa orientou o Desportivo da Huíla e foi adjunto de Daúto Faquirá e Romeu Filemon, no 1º de Agosto. Enquanto jogador, representou diversas vezes os Palancas Negras em competições internacionais.
Teófilo Moniz, que como futebolista jogou pelo 1º de Agosto, Petro de Luanda, Sporting de Luanda e Progresso Sambizanga, leu o elogio fúnebre em nome da família Barbosa. Durante o acto destacou a figura do irmão como um homem que marcou a sua época no futebol e na entrega sem reservas a princípios patrióticos. Teófilo Moniz fez questão de recordar o espírito nacionalista da família, sublinhando o importante papel do avô, Baião Barbosa, na revolta de Catete, em Janeiro de 1922, que marcou de forma indelével um desejo crescente de autonomização dos angolanos.
Teófilo lembrou que Barbosa, seguindo histórico nacionalista da família, com apenas 13 anos deixou Luanda, em 1974, e foi juntarse à guerrilha do MPLA em Dolisie, Congo-Brazzaville.
O internacional Barbosa deixa viúva e cinco filhos.