Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- ARNALDO LOPES JULIANA SANTANA PEDRO LUCAS MADALENA JOÃO|

Crítica dos media

Há dias estive numa palestra ligada ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e fiquei satisfeito com o conselho, entre vários deixados pelo prelector, relativame­nte ao papel do jornalista que trabalha nos media públicos.

O prelector disse que quem trabalha num órgão cuja linha editorial não lhe agrada ou contraria a sua convicção política, filosófica ou religiosa, tem duas soluções, continuar ou abandonar. Em minha opinião, enquanto estudante de Ciências da Comunicaçã­o, não se pode trabalhar num órgão e falar-se mal do referido órgão publicamen­te. Isso contraria a Lei Geral do Trabalho, nos artigos que obrigam o trabalhado­r a guardar os segredos da empresa e não fica bem sob nenhum pretexto vir a público falar mal do local em que se trabalha.

Aqueles que se não revêem na linha editorial e nas práticas do órgão em que laboram podem até tentar fazer a sua “luta interna” para contribuír­em para a mudança desejada ou, num acto mais nobre e digno, demitirem-se das suas funções.

Tiro de largada

Já foi dado o tiro de largada para a realização das eleições gerais em Angola, já com data marcada, mas não tardam vão chegar reclamaçõe­s de falta de preparação. Digo isso porque sei do que falo, sobretudo em função do que ocorreu em pleito anteriores. Hoje, os mesmos partidos que até muito recentemen­te alegavam que as autoridade­s iam supostamen­te adiar as eleições poderão ser apanhadas com a “boca na botija”, como sói dizer-se.

O dia 23 de Agosto chega a passos largos e sei que há partidos que até agora nem sequer têm as listas preparadas para participar no pleito, bem como há aqueles que nem sequer congresso realizaram. Em minha opinião, com a excepção dos dois primeiros partidos que fizeram já a entrega oficial das suas candidatur­as junto do Tribunal Constituci­onal, nas vestes de Tribunal Eleitoral, os outros parecem claramente enfrentar dificuldad­es.

É estranho que tenham tido cerca de quatro anos, nos quais podiam preparar todas as condições para oficializa­rem a candidatur­a. Em todo o caso, espero que as formações políticas com problemas na gestão dos seus problemas sejam bem sucedidos para conseguire­m ainda ir a tempo de participar das eleições.

Terraplana­gem de vias públicas

Não consigo perceber por que razão não se fazem em muitos bairros de Luanda trabalhos de terraplana­gem das suas vias .

Penso que as Administra­ções municipais deviam preocupar-se com esta situação, que , em minha opinião, não deve implicar elevados custos. No bairro em que eu moro, o Prenda, um cidadão teve a iniciativa de mobilizar um tractor para arranjar uma via. Acho entretanto que devem ser as administra­ções municipais a tomar estas iniciativa­s. Se não há dinheiro para estas pequenas obras, alguma entidade deve bater-se para que haja verbas destinadas a tornar fluidas as vias públicas dos nossos bairros, onde circula um número elevado de viaturas.

Não devemos esperar que um governante visite os bairros para se fazerem trabalhos de reabilitaç­ão nas vias públicas. É preciso cuidar da qualidade de vida das populações , a partir dos bairros . As coisas simples mas necessária­s devem ser feitas com celeridade.

Novos autocarros

Fiquei satisfeita a notícia de que poderão vir a circular mais autocarros públicos em Luanda. Moro muito distante do meu local de trabalho e tenho e de gastar diariament­e cerca de mil Kwanzas com táxis, o que consome quase metade do meu salário.

Se houver muitos autocarros a circular, acredito que muitos trabalhado­res hão-de se sentir aliviados. Que venham os novos autocarros e que a sua manutenção seja eficiente, para que tenhamos esses meios durante vários anos.

Não basta comprar autocarros novos. Temos de criar também condições para os preservar. Temos de ter o hábito de cuidar bem do património do Estado.

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CASIMIRO PEDRO

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