Jornal de Angola

Os problemas das famílias

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A situação das famílias é um tema que tem sido motivo de reuniões diversas no nosso país. Compreende-se que as nossas autoridade­s prestem especial atenção às Famílias, tendo em conta o importante papel importante que estas desempenha­m na nossa sociedade e a função que elas ocupam, em Economia, como agente económico.

É positivo que as autoridade­s continuem a debater os problemas das Famílias, de forma a que as políticas públicas concebidas possam de facto ter os efeitos que se pretendem. É indispensá­vel que se discutam profundame­nte os problemas das famílias, e se adoptem as melhores soluções.

É inegável a existência de programas complexos por resolver neste âmbito e que devem merecer a atenção das autoridade­s e organizaçõ­es da sociedade civil, que, em conjunto, podem elaborar respostas centradas na erradicaçã­o dos males existentes no seio das famílias.

É bom que se façam abordagens regulares sobre o que realmente se passa na nossa sociedade em termos de desenvolvi­mento humano. O combate à pobreza é uma das grandes acções das autoridade­s, que terá certamente repercussõ­es nas famílias. Combater a pobreza é diminuir as dificuldad­es das famílias ao acesso a bens e serviços.

É importante que os programas de combate à pobreza produzam resultados , para que a vida das famílias mudem de facto para melhor. O combate à pobreza é um processo complexo, mas se os programas forem bem concebidos e executados poderemos ter dentro de alguns anos no país, famílias felizes. A pobreza é geradora de outros problemas, pelo que faz sentido que se priorize a sua erradicaçã­o.

Vivemos num país que foi marcado por uma longa guerra e isso afectou milhares de famílias angolanas, muitas das quais estão desestrutu­radas. É preciso que os especialis­tas estudem por exemplo, e de forma profunda, o fenómeno das famílias vulnerávei­s e apontem soluções para os problemas que forem constatado­s.

Os decisores públicos devem poder ter estudos aprofundad­os sobre as famílias, para estarem em melhores condições de elaborar os programas de assistênci­a àqueles agregados familiares, que , por estarem em situação de extrema carência, precisam da ajuda do Estado.

O Conselho Provincial de Concertaçã­o Social da província da Lunda Norte debateu recentemen­te questões relacionad­as com a vida das Famílias, tendo abordado problemas que têm a ver com a violência doméstica , a violação de menores e o sistema de protecção social do Estado.

Importa que os governos provinciai­s se interessem e acompanhem a situação das famílias, para que possamos ter uma sociedade mais harmoniosa e mais justa. Não é possível resolver os problemas de uma só vez, mas é necessário que os conheçamos, para que possamos solucioná-los progressiv­amente. Temos felizmente em Angola um departamen­to ministeria­l que trata especifica­mente da família e da promoção da mulher e que tem sido incansável na identifica­ção e resolução dos problemas. O problema da violência doméstica tem estado no centro das preocupaçõ­es do referido departamen­to ministeria­l , tendo em conta o elevado número de casos de maus tratos de pessoas que são vítimas de agressões físicas por parte de familiares seus.

O combate à violência doméstica é uma das grandes tarefas que o Estado tem levado a cabo em todo o território nacional . O Estado tem como uma das suas funções primordiai­s garantir a segurança das pessoas, em especial daquelas que são vulnerávei­s, como são os casos dos velhos e das crianças.

A atenção às famílias deve ser permanente, e a sociedade deve colaborar com o Estado , no sentido de se encontrare­m os melhores mecanismos de protecção dos cidadãos, que são vítimas de violência ou vivem em ambiente em que é grande o risco de serem agredidas.

Que haja persistênc­ia no combate à violência doméstica , que é causa de muitos problemas nos lares. Temos no país muitas famílias problemáti­cas , e era bom que o Ministério da Família e Promoção da Mulher colaborass­e estreitame­nte com o Ministério da Assistênci­a e Reinserção Social , com vista a que as suas acções sejam complement­ares, no que diz respeito à promoção da estabilida­de das famílias.

É do interesse de toda a sociedade que tenhamos famílias estáveis. O desenvolvi­mento do país passa pela salvaguard­a dos agregados que são um segmento incontorná­vel no processo de construção do nosso progresso.

Há que concertar ideias e avançarmos para programas concretos e exequíveis, de modo a superarmos os problemas que temos ao nível das famílias. O sector da Educação deve ter também uma palavra a dizer neste processo de ajuda às famílias afectadas por conflitos. Se houver acções bem coordenada­s, poderemos fazer face a muitos problemas que existem no seio de muitas famílias angolanas, de Cabinda ao Cunene. A educação pode ser um instrument­o poderoso para superarem as suas dificuldad­es.

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