Investimento chinês lidera o mercado
O investimento chinês em África aumentou significativamente, tornando o país asiático no maior contribuinte ao capital do investimento directo estrangeiro (IDE) e emprego no mercado africano em 2016, indica o último relatório Atractividade da África divulgado pela Ernst &Young (EY).
Desde 2005, a China investiu em 293 projectos de IDE em África com um investimento total de 66,4 mil mlhões de dólares, criando 130.750 postos de trabalho, segundo o relatório. O IDE chinês no mercado africano é bem diversificado nos sectores, cobrindo os orientados ao recurso assim como os de serviços e manufactura, revela o documento.
Os dados divulgados pela EY, uma empresa de serviços profissionais com sede em Londres, também revelam a diversificação do investimento chinês em mais países, cobrindo as nações ricas em recursos como a África do Sul, Nigéria e Angola, e exportadores agrícolas como o Quénia.
Em 2016, o número de postos de trabalho criados pelos projectos de IDE chinês bateu recorde, mais que o dobro do número em 2015 e mais de três vezes o do segundo maior investidor, os Estados Unidos, de acordo com o relatório. “Isso destaca o impacto do IDE chinês na criação de empregos em África”, acrescentou. Além do comércio e do IDE, as empresas chinesas e entidades estatais financiaram e construíram muitos projectos de infra-estruturas no continente africano, incluindo portos, estradas, caminhosde-ferro, barragens, redes de telecomunicação, estações de electricidade e aeroportos, indica o relatório. Um exemplo notável é o lançamento da linha férrea construída pela China em Outubro de 2016, que liga Adis Abeba na Etiópia ao Porto do Djibuti, envolvendo um investimento de quatro mil milhões de dólares. O relatório também diz que a Iniciativa Uma Faixa Uma Rota proposta pela China para reconstruir a antiga rota comercial da Rota da Seda pode representar um benefício mútuo para a China e África. Segundo o relatório, a partir do final dos anos 90, o comércio sino-africano cresceu rapidamente e agora a China é a maior parceira comercial de África.
Em 2016, as exportações da China para África chegaram a 82,9 mil milhões de dólares, enquanto as importações chinesas desde o continente foram de 54,3 mil milhões de dólares. Em Angola, o Banco da China abre, no segundo semestre, uma sucursal “a fim de apoiar o comércio e facilitar o investimento chinês”, disse recentemente, em Luanda o vicepresidente da Câmara de Comércio e Indústria Angola - China, Xu Ning, em declarações à agência financeira Bloomberg.
O banco foi autorizado a abrir uma sucursal em Angola em Maio de 2016, nos termos de um despacho presidencial, indo operar no país com a designação Banco da China - Sucursal em Angola. O Banco da China anunciou em Dezembro de 2012 ter sido autorizado pelo Governo a abrir um escritório de representação na capital, Luanda, “o primeiro banco de capitais chineses a ter sido aprovado pelo Banco Nacional de Angola.”
Em finais do ano passado, mais de 600 empresários angolanos e chineses mostraram interesse em intensificar parcerias, em diversos sectores económicos em Angola, com destaque para agricultura, indústria e infra-estruturas.
O presidente da Câmara de Comércio Angola e China afirmou o engajamento da instituição em trabalhar na criação de condições para que os empresários e investidores chineses continuem a olhar para Angola com confiança e a investir cada vez mais no país.
Arnaldo Calado revelou, na altura, que a concentração de investimentos chineses, em Luanda, se deve a uma ausência de coragem e de determinação dos empresários.