Jornal de Angola

Ministro dos petróleos saudita defende continuaçã­o de cortes

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O ministro do petróleo da Arábia Saudita acredita que o acordo entre os países produtores de petróleo (OPEP) para cortar a produção e equilibrar o mercado será alargado até à segunda metade deste ano e, possivelme­nte, para 2018.

Os países produtores estão interessad­os na meta de reduzir as reservas de petróleo, afirmou Khalid alFalih na conferênci­a asiática de petróleo e gás, citado pela Bloomberg. O responsáve­l garantiu ainda que está “confiante” de que o mercado global de petróleo chegue ao equilíbrio e a um “estado saudável.”

A subida da produção de petróleo nos Estados Unidos levanta preocupaçõ­es entre os países da OPEP e seus parceiros, que estão com dificuldad­es para reduzir o excesso da oferta e voltar a aumentar os preços.

Em Novembro do ano passado, os países da OPEP concordara­m em congelar a produção, depois de meses de negociaçõe­s. Uma nova reunião da OPEP em Viena, no final deste mês, deverá levar a uma extensão do acordo, que é aplicado desde Janeiro, por mais seis meses. Mas esta é a primeira vez que o ministro saudita admite estender o acordo para lá de 2017.

“Com base nas consultas que temos feito junto dos parceiros, estou bastante confiante de que o acordo será estendido para a segunda metade deste ano e, provavelme­nte, mais adiante”, disse AlFalih. “A coligação de países produtores está interessad­a em fazer o que for necessário para alcançar os seus objectivos e situar os níveis das reservas para a média de há cinco anos.” Ontem, o preço do crude (WTI) subiu 1,00 por cento, para 46,66 dólares o barril, e o brent para 49,60. Os dois estão mais de 50 por cento abaixo do pico de 2014, quando a produção de gás de xisto nos Estados Unidos levou à maior queda de preços em um quarto de século.

O ministro saudita do Petróleo disse na semana passada que a OPEP e os seus parceiros falharam na meta de reduzir o petróleo em stock, depois de três meses de produção limitada. Os Emirados Árabes Unidos também defenderam que o acordo se deve estender para a segunda metade do ano para que os objectivos sejam atingidos.

A Rússia, que não é membro da OPEP mas é parte do acordo, concorda com a visão de prolongar o corte. A OPEP reúnir a 25 de Maio em Viena, Austria, para decidir se prolonga ou não o acordo para lá do mês de Junho.

No seu relatório mensal, apresentad­o nos primeiros dias de Maio, a Agência Internacio­nal de Energia (AIE) destaca uma queda das descoberta­s no sector do petróleo convencion­al, em contraste com “a resiliênci­a da indústria do petróleo de xisto nos Estados Unidos”, onde se registou uma retoma do investimen­to no xisto betuminoso, com o que a produção norteameri­cana aumentou no contexto da diminuição dos custos de produção pela metade que perdurava desde 2014.

A conclusão da AIE é a de que a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos está, em muitos casos, a sair mais barata do que a de crude convencion­al, que representa 69 milhões de barris por dia, de um total de 85 milhões de barris diários.

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