CARTAS DO LEITOR
Vendedoras da Praia Amélia
Existe na Praia Amélia, zona da praia da Corimba, um mercado de venda de comes e bebes, criado há cerca de seis ou oito anos, com as suas vendedoras a contribuírem semanalmente com mil kwanzas, em termos de taxa.
O nosso espanto foi que recentemente as vendedoras receberam uma convocatória da Fiscalização da Samba, alegando que as vendedoras deveriam proceder à divisão das respectivas barracas com outras pessoas.
A Praia Amélia é extensa e serve para todas as pessoas que pretendam lá vender e não fica muito bem as vendedoras que lá prestam serviço há oito anos dividirem um local onde construíram as suas barracas com outrem, por pagarem uma quantia a fiscais que apenas aparecem para imporem o que acharem conveniente.
Sou morador da área e quando chove ficamos totalmente inundados e já nos dirigimos à Administração solicitando auxílio devido a uma construção efectuada por um vizinho que impede o escoamento das águas das chuvas para a praia.
Não recebemos qualquer auxílio de quem quer que seja. Só existe preocupação com as barracas para se arrecadarem dinheiros todas as semanas ou para se venderem espaços já ocupados, embora provisoriamente, por se tratar de um local reservado a obras que aguardam pelo Orçamento Geral do Estado. E nós os moradores que temos a vala nº 7 obstruída há cerca de um ano e somos sempre alvo de enxurradas constantemente, como ficamos?
Quem vai tratar das nossas desgraças com mobílias e electrodomésticos deteriorados por causa da vala nº 7, afectada por águas que vêm da chamada “Zona do Pedalé”?
Onde vai parar tanto dinheiro cobrado nas barracas ( mil kwanzas por semana) e o cobrado na Mabunda ( quinhentos kwanzas por pessoa)? O que é que acontece às vendedoras da Mabunda quando não pagam as suas contribuições? São escorraçadas.
Será que o Orçamento Geral do Estado tem beneficiado deste número avultado de valores que são cobrados todos os meses?
As Administrações são nomeadas para servir o povo.
Não nos esqueçamos da palavra de ordem do nosso primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto: “O mais importante é resolver os problemas do povo.”
Por isso, é preciso impedir que muitos ambiciosos manchem a imagem do meu partido, o MPLA. Acho que o meu partido, por tudo que já fez por este país , não deve ser mal falado. Os militantes e simpatizantes do MPLA devem lutar sempre pela salvaguarda dos interesses do povo.
Existem muitas situações em que os fiscais deviam actuar, como é o caso da resistência de um meu vizinho que ,com as suas obras ( não se sabe se foram ou não autorizadas) desgraça várias famílias. Estas obras têm impedido a evacuação das águas das chuvas para a vala nº 6. Espero que o assunto exposto mereça a atenção das entidades competentes para que a vida de muitos moradores da minha área de residência melhore.
Férias escolares
Estão neste momento milhares de estudantes de férias, em particular alunos do ensino primário. Gostava de sugerir que os pais ou encarregados de educação aproveitassem estas férias para se deslocarem às escolas dos seus educandos a fim de se inteirarem do seu desempenho. Estamos quase a meio do ano lectivo e era bom que os pais ou encarregados de educação interagissem com os professores e com as direcções das escolas em que os seus educandos estudam.
É sempre positivo que haja um contacto regular entre professores e pais ou encarregados de educação. O processo de educação deve envolver também os pais ou encarregados de educação , que se devem interessar pela vida escolar dos seus educandos.
A educação não deve ser vista como um assunto da exclusiva responsabilidade dos professores. As famílias têm um papel importante a desempenhar no processo de melhoramento do nosso ensino.