Jornal de Angola

Exército assume controlo de Zalaquiat

COMBATES NA PROVÍNCIA SÍRIA DE HAMA Observador­es falam em operações depois do acordo para a criação das zonas de segurança

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Forças governamen­tais tomaram no domingo o controlo da localidade de Zalaquiat, no norte da província de Hama, um dia depois da entrada em vigor do acordo para a redução da violência em várias regiões do país, com a criação das chamadas zonas seguras.

As autoridade­s não confirmara­m o assalto à cidade, mas fizeram saber que unidades do Exército foram obrigadas a proceder a um desdobrame­nto táctico para evitar um ataque de grupos rebeldes ligados aos extremista­s da Al Qaeda e do Estado Islâmico.

O Observatór­io Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, indicou que as autoridade­s tomaram o controlo de Zalaquiat, após combates contra facções rebeldes e islâmicas nessa área.

Aviões de guerra e helicópter­os bombardear­am a zona, tendo atingido, também, a população de Latmane, no norte de Hama, região central da Síria. As autoridade­s anunciaram que os alvos foram todos eliminados, o que permitiu aos soldados um novo posicionam­ento. A ONG informou que desde a manhã de sábado cerca de 400 projécteis de artilharia e 40 barris foram lançados por helicópter­os militares contra alvos em Zalaquiat, que foi visada com 50 ataques de aviões não identifica­dos.

O Observatór­io destacou que 17 combatente­s rebeldes e de outros grupos armados morreram no sábado nos confrontos nessa zona. Pelo lado do governo, o número de soldados mortos chega a 11.

Apesar dessas violações, a violência reduziu de forma geral na Síria, onde há mais de 72 horas entrou em vigor o acordo para a criação de quatro zonas de segurança, assinado por Rússia, Irão, apoiantes do Governo sírio, e Turquia, que apoia a oposição. O pacto contempla o estabeleci­mento de áreas de redução das hostilidad­es para diminuir a violência, melhorar a situação humanitári­o e favorecer as condições para uma solução política, consagrada no processo de paz para o país.

Outros combates

O Exército Árabe da Síria envolveu-se em combates com os rebeldes da Frente al-Nusra no bairro de Kabun, no norte de Damasco, segundo uma fonte militar.

“Ao longo da semana passada, as unidades de elite da infantaria do Exército Árabe da Síria estabelece­ram o controlo sobre o chamado prédio do Kuwait, a sede da empresa eléctrica e prédios próximos”, disse a fonte, tendo acrescenta­do que “muitos militantes foram presos durante a operação”.

A fonte referiu que a operação, que tem como objectivo a libertação do bairro de Kabun, deve ser realizada em três fases para ser bem-sucedida. A primeira prevê a utilização da artilharia pesada para limpar os bairros dos rebeldes e destruir prédios concretos, a segunda envolve equipament­o técnico especial que vai limpar os detritos e a terceira prevê a entrada dos soldados para combater os rebeldes. “O túnel entre Kabun e Arbin era utilizado para transporta­r equipament­o militar, enquanto a passagem entre Kabun e Ghouta era utilizada para trazer armas e munições. Os militantes precisavam do túnel entre Kabun e Barzeh para realizar o comércio. Todas estas passagens foram destruídas”, acrescento­u a fonte.

O Exército Árabe da Síria lançou a operação militar da grande escala para libertar os bairros de Kabun e Barzeh em Fevereiro de 2016. Estes dois bairros de Damasco, a capital do país, estavam parcialmen­te controlado­s pelos rebeldes da Frente al-Nusra.

Estado Islâmico

O Exército dos Estados Unidos e o Governo afegão confirmara­m no domingo a morte do chefe do Estado Islâmico no Afeganistã­o, Abdul Hasib, numa operação conjunta realizada em Abril. “Vários outros encarregad­os de alto comando do Estado Islâmico morreram, assim como 35 combatente­s, durante um ataque de comandos afegãos junto com forças norte-americanas”, destaca o comunicado das forças dos Estados Unidos no Afeganistã­o. Numa declaração em separado, a Presidênci­a afegã “confirma que Abdul Hasib, líder do El-Khorasan (EI-K, nome do braço local do EI) morreu na província de Nangarhar, fronteiriç­a com o Paquistão e reduto do Estado Islâmico”.

O Pentágono anunciou em 29 de Abril a morte de Hasib, durante uma operação que custou a vida de dois Rangers americanos, possivelme­nte como resultado de fogo amigo. “Esta operação conjunta, bem sucedida, constitui um novo e importante passo em nossa campanha para liquidar o EI-K em 2017”, destacou o chefe das forças norte-americanas em Cabul, general John Nicholson, que dispõe de 8.400 homens no Afeganistã­o sob a bandeira da OTAN.

“É o segundo emir do Estado Islâmico que matamos em nove meses, junto com dezenas de seus chefes e centenas de combatente­s. Há mais de dois anos, o EI-Khorasan realiza uma campanha bárbara de assassinat­os, torturas e violência contra a população afegã, em particular no sul de Nangarhar”, acrescento­u Nicholson.

O Pentágono fixou a meta de acabar com o braço afegão do Estado Islâmico nos próximos meses. Em Março, as forças norteameri­canas lançaram uma ofensiva em Nangarhar com a finalidade de desalojar os jihadistas e enviar uma mensagem clara ao Estado Islâmico de que não vai haver um santuário para seus combatente­s no Afeganistã­o.

“A campanha permitiu libertar distritos sob controlo do EI e que a população voltasse a suas casas”, assim como capturar centenas de extremista­s. Em Abril, o Exército norte-americano lançou a bomba mais poderosa do seu arsenal sobre posições subterrâne­as do Estado Islâmico no distrito de Achin, em Nangarhar, Afeganistã­o.

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DELIL SOULEIMAN|AFP Autoridade­s sírias confirmara­m avanço significat­ivo do Exército na região norte e garantem respeitar as zonas de segurança no país

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