Partidos fora do Executivo ameaçam convocar protestos
O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, admitiu convocar uma manifestação caso os assinantes do Acordo de Conacri não cheguem a consenso.
“O prazo dado pela última missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) serve de referência para nós e é importante que todos os assinantes do Acordo de Conacri vejam naquele prazo uma oportunidade de nos alinharmos com os dispositivos desse acordo”, afirmou Domingos Simões Pereira, que falava na qualidade de porta-voz de um grupo de sete partidos políticos guineenses.
O Acordo de Conacri prevê a formação de um governo consensual com todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de Augusto Olivais como primeiro-ministro.
Os sete partidos, quatro com assento parlamentar, não reconhecem o actual Governo que dizem ser de iniciativa do Presidente guineense, José Mário Vaz, e exigem a sua demissão.
Na última missão de avaliação da aplicação do Acordo de Conacri, a CEDEAO deu às partes em divergência 30 dias, que terminam em 25 de Maio, para aplicar o acordo, caso contrário vão ser impostas sanções “aos políticos que dificultem a aplicação do acordo”. Caso não sejam alinhadas posições entre os signatários do Acordo de Conacri, os sete partidos políticos “vão convocar uma manifestação porque vamos considerar que estão esgotadas todas as referências temporais necessárias para o seu cumprimento”, ameaçou.
Os partidos, prosseguiu Domingos Simões Pereira, “vão pedir ao povo guineense que reclame a exoneração das actuais autoridades nacionais que deram mais do que provas suficientes da sua incapacidade, incompetência e irresponsabilidade em traduzir a vontade do povo guineense”.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Convergência Democrática (PCD), União para a Mudança (UM), Partido da Nova Democracia (PND), Partido da Unidade Nacional (PUN), Partido de Solidariedade e Trabalho (PST) e o Movimento Patriótico formam o grupo dos sete partidos, denominado de colectivo democrático.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Iaia Djaló, demitiu-se das funções de conselheiro especial do Chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, por “questões de princípios, coerência, transparência e honestidade política”.
Iaia Djaló refere que decidiu deixar de ser conselheiro do chefe de Estado guineense na sequência do posicionamento político do PND, que lidera, sobre o actual Governo.