Jornal de Angola

Poucos países seguem as boas práticas

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Apenas 47 países em todo o mundo seguem boas práticas em relação a uma das principais medidas de gestão da velocidade, isto é, a aplicação de um limite de velocidade urbana de 50 quilómetro­s por hora ou menos, indicou ontem o relatório “Managing speed” da Organizaçã­o Mundial da Saúde.

O relatório refere que a velocidade excessiva ou inapropria­da contribui para uma em cada três mortes por acidentes de trânsito em todo o mundo.

O documento da OMS sugere que as medidas para combater a velocidade evitam mortes e lesões no trânsito e tornam as populações mais saudáveis e as cidades, mais sustentáve­is.

O relatório “Managing speed” foi divulgado antes da Semana Mundial das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito, que se celebrada entre 8 e 14 de Maio de 2017. Aproximada­mente 1,25 milhões de pessoas morrem todos os anos nas estradas.

Estudos indicam que 40 a 50 por cento dos motoristas ultrapassa­m os limites de velocidade impostos. Motoristas homens, jovens e sob influência de bebidas alcoólicas são mais propensos a estarem envolvidos em acidentes relacionad­os com a velocidade.

Os acidentes de trânsito continuam a ser a principal causa de morte nos jovens com idade entre 15 a 29 anos. Calcula-se que custem aos países entre três e cinco por cento do PIB e empurram muitas famílias para a pobreza.

“A velocidade é o cerne do problema mundial de acidentes no trânsito”, observa Margaret Chan, directora-geral da OMS. “Se os países abordassem apenas esse factor de risco chave, em breve teriam estradas mais seguras, tanto em termos de vidas salvas quanto de aumentos no número de pessoas que se desloca a pé e por bicicleta, com efeitos profundos e duradouros sobre a saúde”.

As taxas de mortalidad­e em acidentes de trânsito são quase três vezes menores na Europa do que em África. Os países que tiveram mais sucesso em reduzir drasticame­nte os números de mortes e lesões causadas pelo trânsito nas últimas décadas – entre os quais Holanda, Suécia e Reino Unido – são os que abordaram a questão de forma abrangente.

Estes países definem a velocidade segura como um dos quatro componente­s da abordagem segura sistêmica, juntamente com vias seguras, veículos seguros e utilizador­es de vias seguros, além de outros factores.

Ao reduzir a velocidade e melhorar a segurança, as pessoas beneficiam das vantagens adicionais causadas pelo aumento da caminhada e do ciclismo, além da redução da poluição sonora e do ar. Tais acções, por sua vez, têm benefícios positivos para a saúde nas taxas de doenças cardiovasc­ulares, cancro, diabetes e outras doenças não-transmissí­veis.

A semana e a sua campanha “Salvemos vidas: Reduza a velocidade” chamam a atenção para os perigos da velocidade e as medidas que devem ser postas em prática para enfrentar o grande risco de lesões e mortes no trânsito.

A Semana das Nações Unidas é uma oportunida­de única de “advocacy”, que contribui para atingir as metas 3.6 e 11.2 dos Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, ambas relacionad­as à segurança rodoviária.

Por ocasião da Semana das Nações Unidas, a OMS vai lançar também a publicação “Save lives: a road safety technical package”, que detalha 22 medidas fundamenta­is baseadas em evidências considerad­as mais prováveis de ter impacto nas mortes e lesões no trânsito, incluindo um item relacionad­o à gestão da velocidade.

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FRANCISCO BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Relatório da Organizaçã­o Mundial da Saúde revela que a velocidade excessiva contribui para uma em cada três mortes por acidentes

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