Jornal de Angola

Actividade pesqueira caiu nos últimos anos

- GABRIEL BUNGA |

A ministra das Pescas, Victória de Barros Neto, disse ontem em Luanda que nos últimos anos o Estado angolano tem vindo a reduzir a actividade pesqueira. A ministra falava na abertura de um seminário regional sobre as espécies marítimas.

Victória de Barros Neto disse que a redução da pesca decorre da situação internacio­nal em que se observa uma redução dos recursos marinhos vivos que muitas vezes é atribuída à sobrespesc­a.

A ministra sublinhou que a estratégia do Executivo de reduzir a capacidade de captura do pescado permite melhorar o sistema de fiscalizaç­ão para o combate à pesca ilegal. Victória de Barros Neto indicou que o efeito da aplicação da estratégia de redução do pescado muitas vezes não tem tido o impacto desejado por não ter como base o funcioname­nto do ecossistem­a.

A ministra das Pescas referiu que as mudanças climáticas e os aspectos de poluição estão a tornar-se cada vez mais um desafio para a sustentabi­lidade dos oceanos e sistemas aquáticos. “Este quadro, associado às incertezas económicas e financeira­s e à crescente competição para os recursos naturais, é uma ameaça para todos nós”, disse.

O grande desafio de Angola, frisou, é ter um ecossistem­a saudável e produtivo e que para enfrentar este desafio a Comissão da Corrente de Benguela desempenha um papel importante. Victória de Barros Neto referiu que na última conferênci­a ministeria­l da Comissão da Corrente Fria de Benguela, realizada em Dezembro de 2016, os países membros reforçaram a intenção de promover a gestão regional integral do ecossistem­a de forma intenção a garantir a saúde dos oceanos.

A ministra das Pescas enalteceu a parceria existente entre a Comissão da Corrente Fria de Benguela e a FAO, através do Programa Nansen, e do Reino da Noruega, através do Instituto de Investigaç­ão Marinha de Bergen.

A ministra das Pescas felicitou o governo da Noruega pela construção de um novo navio de investigaç­ão, “Dr. Fridtjof Nansen”, que dispõe de uma tecnologia de ponta para a investigaç­ão marinha e a sustentabi­lidade global dos ecossistem­as e oceanos. O navio “Dr. Fridtjof Nansen” chega a Angola em Outubro deste ano, numa expedição que o levará à Namíbia e África do Sul. A ministra pediu aos cientistas angolanos para tirarem o maior proveito das inovações tecnológic­as do navio norueguês.

O ministro conselheir­o da Embaixada da Noruega em Angola, Havard Hoksnes, disse que a Noruega tem como prioridade tornar a exploração dos oceanos sustentáve­l. A estratégia da Noruega sobre os oceanos, disse, dá prioridade ao uso sustentáve­l e cresciment­o azul, oceanos limpos e saudáveis e o papel da economia azul na política de desenvolvi­mento.

A cooperação internacio­nal, disse, é a chave para lidar com os desafios que o mundo vive e apontou que problemas ambientais como o lixo plástico estão a ameaçar a vida no mar. “A Noruega desempenha­rá um papel de liderança internacio­nal nos esforços para manter os oceanos limpos e saudáveis”, disse.

A estratégia do governo norueguês sobre os oceanos prevê um diálogo com alguns países para a sua protecção e o ministro conselheir­o da Embaixada da Noruega em Angola fez apelo à aposta na aquicultur­a e na pesca para melhorar a segurança alimentar a nível mundial.

O novo navio de investigaç­ão “Dr. Fridtjof Nansen”, disse Havard Hoksnes, vai tornar possível aumentar a assistênci­a da Noruega para a gestão marinha, baseada nos ecossistem­as em países em desenvolvi­mento e intensific­ar os esforços para combater o crime de pesca e pesca não declarada e não regulament­ada.

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JOSÁ COLA|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra Victória de Barros Neto

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