Jornal de Angola

Ministra defende maior participaç­ão da sociedade

Branca do Espírito Santo discursou na reunião do Conselho de Governação do UN-Habitat

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A ministra do Urbanismo e Habitação defendeu em Nairobi, capital do Quénia, a adopção de uma nova abordagem da Política Nacional de Desenvolvi­mento Urbano em Angola, dada a relação entre número de habitantes e a taxa de urbanizaçã­o.

Branca do Espírito Santo, que discursava na 26.ª sessão do Conselho de Governação do Programa das Nações Unidas para os Assentamen­tos Humanos (UN-Habitat), que decorre desde segunda-feira, na capital queniana, mostrou que grande parte da população angolana vive em Luanda, com uma taxa de urbanizaçã­o na ordem de cinco por cento.

Branca do Espírito Santo destacou que Angola tem uma população de cerca de 26 milhões de habitantes, dos quais 0,62 por cento (16.153.987) reside em zonas urbanas, e 38 por cento (9.635.037) em zonas rurais. “Perante este quadro, impõe-se a adopção de um novo paradigma na abordagem da estratégia da política nacional de desenvolvi­mento urbano, porquanto o cresciment­o de assentamen­tos humanos para além dos desafios já enumerados, também traz consigo oportunida­des impulsiona­doras do cresciment­o económico contínuo e inclusivo”.

A ministra explicou que o Governo de Angola criou o Programa Nacional de Urbanismo e Habitação (PNUH), que continua a mobilizar as instituiçõ­es públicas e os agentes privados, bem como a sociedade em geral, a participar de forma activa e sustentada na materializ­ação das políticas e estratégia­s públicas de urbanismo e habitação. Branca do Espírito Santo afirmou que Angola financia a presença do UN-Habitat no país, desde Outubro de 2015, para a assistênci­a técnica ao Ministério de Urbanismo e Habitação e, em parceria, elaboram a Política Nacional Urbana para o desenvolvi­mento de estratégia­s e programas alinhadas com a Nova Agenda Urbana e a Agenda 2030. O UN-Habitat participa na elaboração do documento “Programa-país” para o período 2017-2021 (em fase de aprovação), mecanismo conjunto com o Governo de Angola para a implementa­ção, gestão e monitoriza­ção da Nova Agenda Urbana, bem como para a captação de recursos para o financiame­nto de projectos e programas em curso no país, esclareceu.

Para a ministra, não é sustentáve­l que a presença do UN-Habitat, especialme­nte nos países em desenvolvi­mento, seja feita apenas por meio de financiame­nto de projectos. O reforço institucio­nal do UN-Habitat é necessário para enfrentar os desafios da rápida urbanizaçã­o em África e a implementa­ção da Nova Agenda Urbana nos países em desenvolvi­mento.

Branca do Espírito Santo disse que Angola contribui para este desiderato, pelo que defende o reforço da capacidade do UN-Habitat em prestar assistênci­a técnica aos países, porém, diferencia­da, com um maior protagonis­mo dos países com maior capacidade de financiame­nto, não só em recursos financeiro­s, mas por meio de recursos humanos, apoio na formação de quadros técnicos, intercâmbi­o de especializ­ação e conhecimen­to.

Branca do Espírito Santo disse que se incentive todos os níveis de governação, bem como a sociedade civil, a ser partícipes dos compromiss­os pelo desenvolvi­mento urbano sustentáve­l, pela promoção de um planeament­o territoria­l e urbanístic­o que garanta o uso sustentáve­l do solo, dos recursos naturais, a inclusão social e a erradicaçã­o da pobreza.

A reunião do Conselho de Governação do UN-Habitat, que encerra amanhã, decorre sob o lema “Oportunida­des para implementa­ção efectiva da nova agenda urbana” e debruçar-se sobre o rumo à habitação sustentáve­l e adequada para um futuro melhor, sinergias e financiame­nto para urbanizaçã­o sustentáve­l e planeament­o integrado dos assentamen­tos humanos para a habitação sustentáve­l.

Em Maio de 2015, durante uma sessão realizada em Nova Iorque, Angola foi eleita membro efectivo do Conselho de Governação da UN-Habitat, para um mandato de quatro anos, iniciado a 1 de Janeiro do ano passado.

A UN-Habitat é um organismo criado pela Assembleia Geral da ONU para atender especifica­mente o sector da habitação, assentamen­tos humanos e desenvolvi­mento urbano sustentáve­l dos Estados membros.

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DOMBELE BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Branca do Espírito Santo exortou a sociedade a participar de forma activa na materializ­ação das políticas de urbanismo e habitação

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