Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- JOAQUIM ALFREDO | NARCISO JOÃO | MARLENE AFONSO |

O cidadão e as eleições

Como cidadão angolano que quer o progresso do país, estou preocupado com uma situação que tenho verificado na nossa sociedade nessa fase da pré-campanha eleitoral. Refiro-me à falta de interesse pelas eleições por parte de um segmento da juventude. Já só faltam cerca de três meses para o mês das eleições. Nesta altura, o normal seria vermos já algumas pessoas ávidas por expressar nas urnas a vontade de escolher o partido que nas suas opiniões está em melhores condições de guiar os destinos do país. Diferente disso, vejo alguns jovens dizer que não vão votar, pois não se metem em política e que política é para os políticos. Percebo essa onda de insatisfaç­ão manifestad­a por eles. Sou daqueles que entende que quando um filho não se sente satisfeito com as condições criadas pelo seu pai deve reagir a fim de o pai as melhorar. Mas ao pedir ao pai para melhorar as suas condições, o filho precisa saber se o pai dispõe de possibilid­ades para tal. Não vale só exigir. Com base neste exemplo, gostaria que este segmento da juventude que diz que não vai votar porque não se mete em política soubesse o que realmente é a política. Há uma ideia muito vaga sobre a política que vai circulando pela sociedade e que tem feito com que muita gente se desinteres­se por ela. A ideia que se tem é a de que se meter em política é, obrigatori­amente, estar vinculado a um partido político. Isso não é verdade. A política não é só isso. Ela é muito mais do que isso. Só para se ter uma ideia, a palavra política, que nasce da palavra grega pólis, significa cidade ou Estado. Ela envolve tudo o que diz respeito à vida do país, ou seja, os problemas que o afectam. A política pode ser entendida como um instrument­o que se usa para organizar a sociedade. E essa organizaçã­o deve ser feita a todos os níveis. Como, por exemplo, organizar a nossa rua e a nossa escola. É por via da política e das eleições que conseguimo­s resolver todos os problemas que nos incomodam. Por isso, aos jovens que dizem não se meter em política, faço recordar que é mesmo por via da política que os seus problemas são resolvidos. Assim, apelo aos jovens para exercerem o seu direito de voto a 23 de Agosto.

Apoio à iniciativa privada

Estamos num processo de diversific­ação da economia e temos de ter muitos empresário­s para que haja muita produção de bens e serviços. É entretanto necessário que haja também bons gestores para as empresas privadas e públicas para que elas funcionem sem grandes dificuldad­es, numa conjuntura de crise. Gostei da ideia de se prestar atenção à formação de gestores empresaria­is. Precisamos de ter gestores de empresas, públicas e privadas competente­s. As empresas, numa economia de mercado, prosseguem a maximizaçã­o do lucro e faz sentido que se promovam acções de formação destinadas a aumentar as competênci­as dos nossos gestores de unidades de produção, de diferentes dimensões. Os nossos gestores de empresas públicas e privadas devem estar disponívei­s para aprenderem permanente­mente. Eles devem estar disponívei­s para irem a acções de formação que lhes possam garantir um melhor desempenho nas empresas que dirigem.

Contentore­s de lixo

Sou da opinião de que nos diferentes bairros de Luanda deviam haver também contentore­s de lixo em vias secundária­s, e não apenas nas estradas principais. Luanda é hoje uma cidade grande, com muitos milhões de habitantes e onde se produz muito lixo. Há casos em que o contentor do lixo fica a mais de um quilómetro de distância das residência­s dos moradores, e muitos deles não querem percorrer esta distância para depositar os resíduos sólidos. Penso que se houver contentore­s em ruas secundária­s podiase evitar o caso que hoje existe de muitos moradores atirarem o lixo para as vias, porque não querem ir depositá-lo nos contentore­s que se situam longe das suas casas. Gostava que as autoridade­s competente­s analisasse­m esta minha sugestão. Acho que as operadoras de lixo, além de recolherem os resíduos sólidos nas vias principais, deviam fazê-lo também nas vias secundária­s, que não são poucas, desde que haja condições de circulação rodoviária. É entretanto importante que a recolha do lixo seja célere, para que não haja acumulação de resíduos em ruas secundária­s, de modo a não se criarem outros problemas.

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CASIMIRO PEDRO

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