Jornal de Angola

Ancara acusa Telavive de discrimina­ção

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O Presidente turco descreveu ontem o tratamento de Israel aos palestinos como “racista e discrimina­tório” e pediu que turcos e outros muçulmanos visitem Jerusalém mais frequentem­ente para apoiar o esforço da criação do Estado da Palestina.

Recep Tayyip Erdogan afirmou que a ocupação israelita de dez anos da Faixa de Gaza “não tem lugar na humanidade”. Ele destacou que a única solução para a questão israelo-palestina é estabelece­r “um Estado palestino totalmente soberano e independen­te, com Jerusalém Oriental como sua capital nas linhas das fronteiras de 1967”.

O destino de Jerusalém, segundo Erdogan, é uma das questõesch­ave do processo de paz israelopal­estino. o Presidente turco disse que tanto Israel como os palestinos querem ver o berço religioso histórico como a sua capital. As Nações Unidas consideram Jerusalém Oriental como território palestino ocupado, mas esperam que um dia Jerusalém possa se tornar a capital de dois Estados, Israel e Palestina.

Israel se recusa a compartilh­ar a Cidade Santa anexada em 1967. Telavive espera que os Estados Unidos, com Donald Trump na presidênci­a, exerça uma maior pressão sobre os palestinos para que reconheçam as suas reivindica­ções quanto a Jerusalém. O Presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que a Turquia vai continuar a apoiar “os esforços diplomátic­os do presidente palestino Mahmoud Abbas”. Erdogan acredita que a comunidade internacio­nal deva dar mais atenção às questões relacionad­as a Jerusalém.

“Al-Quds [Jerusalém] é sagrada para todas as três religiões divinas”, disse Recep Tayyip Erdogan, tendo frisado que a cidade deva permanecer como símbolo da luta palestina e que, além disso, os turcos devem apoiar. “Tanto em termos de nossa religião como da responsabi­lidade histórica, Jerusalém e a luta de nossos irmãos palestinos por direitos e justiça é de grande importânci­a para os turcos. Por isso, vamos continuar a nos esforçar para que a mesma se transforme numa cidade pacífica”, disse Erdogan.

Para ajudar os palestinos, o Presidente turco pediu que mais muçulmanos visitassem Jerusalém: “Nós, como muçulmanos, devemos visitar Al-Quds com mais frequência”, sugeriu Recep Erdogan, observando que apenas 26.000 turcos visitaram a cidade sagrada em 2015, em comparação com 600.000 norte-americanos e 400.000 russos.

O Chefe do Estado turco também criticou as acções de Israel que visam censurar as preces muçulmanas (adhan), especialme­nte nas primeiras horas do dia por meio de alto-falantes.

“Se vocês têm fé em sua religião, por que têm medo do adhan?”, perguntou Erdogan. “Não vamos permitir que o adhan seja interrompi­do em Al-Quds”.

Em Março, o Parlamento israelita aprovou um projecto de lei que proibia o uso de alto-falantes em Israel entre as 11 horas da noite e às 7 da manhã. Todavia, o projecto de lei aprovado ainda não entrou em vigor.

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HO|KUNA |AFP Presidente turco criticou a postura de Israel

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