Levar o comboio à Lunda Sul
O candidato do partido maioritário critica estratégia de boato da oposição
O candidato presidencial do MPLA, João Lourenço, defendeu a inclusão, na carteira de projectos, a expansão da rede ferroviária para interligar a província da Lunda Sul ao Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), que termina em Malanje. Ao intervir no acto da sua apresentação pública aos militantes, no Largo 1.º de Maio, em Saurimo, João Lourenço falou também da necessidade de ligação da Lunda Sul ao Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), através da cidade do Luena, a cerca de 260 quilómetros de Saurimo. João Lourenço referiu-se também à melhoria das vias principais, secundárias e terciárias por toda a região, a fim de permitir uma circulação fluida, que incentive a execução de projectos agro-industriais.
O candidato do MPLA a Presidente da República, João Lourenço, defendeu a inclusão, na carteira de projectos, da expansão da rede ferroviária para interligar a província da Lunda Sul ao Caminho-deFerro de Luanda(CFL), que termina em Malanje.
Ao intervir no acto da sua apresentação pública aos militantes, no Largo 1.º de Maio, em Saurimo, João Lourenço falou também da necessidade de ligação da Lunda Sul ao Caminho-de-Ferro de Benguela, através da cidade do Luena, a cerca de 260 quilómetros de Saurimo.
No tocante à malha rodoviária, João Lourenço falou da necessidade de melhoria das vias principais, secundárias e terciárias por toda a região, a fim de permitir uma circulação fluida, que incentive a realização de investimentos em projectos agro-industriais, tirando proveito das potencialidades naturais como solos férteis, cursos de água e minerais, no caso o diamante.
A superação das dificuldades que separam o sonho da realidade implica a boa vontade dos homens, à semelhança do que os chineses fizeram para construir a muralha da China, um monumento de referência mundial e fonte de receitas na vertente turística.
Esboçando as linhas mestras que norteiam o programa de governo traçado para os próximos cinco anos, João Lourenço apontou, no domínio da energia, a aposta do Executivo para construir fontes geradoras capazes de cobrir o défice por todo o país, a fim de melhorar a vida das populações e estimular o desenvolvimento.
Em relação ao desemprego, o candidato do MPLA notou que é um problema nacional por resolver. Cria embaraços particularmente aos jovens que na luta pela sobrevivência optam nesta região pela prática do garimpo de diamantes, com consequências que vão até à falta de uma perspectiva de futuro, e concorre para a delapidação da economia por ausência de contribuição a favor do Estado.
João Lourenço incentivou as iniciativas privadas para o investimento na agricultura empresarial e sobretudo industrial, capaz de absorver a mão de obra desempregada, maioritariamente jovem, formada em várias artes e ofícios em centros integrados criados na província, a fim de evitar a migração para outras regiões.
O apelo do candidato do MPLA foi extensivo às empresas baseadas na região, no sentido de investirem no domínio social parte do que ganham aqui, como forma de agradecerem ao povo e contribuirem para o desenvolvimento da província.
Habitação e Educação
João Lourenço considerou o défice habitacional no país como um problema, devido ao longo momento de aperto que o país viveu, adiando a felicidade de milhares de angolanos.
As iniciativas a nível dos municípios assinalam a atenção do Governo a esta questão, e com o lançamento da primeira pedra para a construção da nova centralidade de Saurimo, os jovens figuram nas prioridades no processo de atribuição de casas, porque eles “nada têm, começam agora a vida e carecem de oportunidades para atingirem os níveis dos mais velhos.”
Disseminação de boatos
O candidato do MPLA a Presidente da República considerou que a disseminação do boato recorrido como estratégia de luta contra o seu partido “adia, por séculos”, a oportunidade dos opositores conquistarem o poder pela via democrática.
Referiu que “eles vão perder porque a mentira tem pernas curtas”, e a maturidade dos angolanos é como “pele dura”, resistente às tentativas de corte com as lâminas por eles fabricadas.
Atento à dinâmica no cenário político vigente, João Lourenço disse estar confiante de que “a vitória está nas nossas mãos” e notou que com adversários ou sem eles “não a deixemos fugir”, “até cortarmos a meta, e o árbitro tocar o apito, depois do dia 23 de Agosto.”
João Lourenço ressaltou perante milhares de participantes, a necessidade de criatividade e multiplicação de iniciativas a todos os níveis, na importante tarefa de difusão do programa de governação apresentado, e de outros feitos importantes realizados.
Mais infra-estruturas
A precariedade da vida social em termos de infra-estruturas e quadros, aspectos relacionados com a cultura e outros que requerem uma intervenção urgente do Governo estiveram no centro das preocupações manifestadas pelo arcebispo de Saurimo, D. José Manuel Imbamba, durante o encontro de cortesia que manteve ontem com João Lourenço.
Falando à saída do encontro, o prelado católico realçou que estas são as necessidades que visam contribuir e corresponder aos anseios da população para que se sintam felizes e realizadas as suas aspirações.
D. José Manuel Imbamba disse que recebeu garantias do candidato do MPLA de tudo fazer e trabalhar para que as respostas possíveis possam ser dadas.
O prelado católico realçou que a Igreja sempre assumiu o papel educativo, interventivo, de mediação e aconselhamento e sempre cultivou a cidadania activa, responsável, consciente e participativa. “É preciso que todos nós, enquanto cidadãos, nos sintamos construtores do país para que todas estas responsabilizações que a sociedade nos incumbe, decorram num ambiente de serenidade, de paz, discernimento, harmonia e de irmandade, e acima de tudo aceitar a diferença, o respeito mútuo, a capacidade de diálogo e de nos deixarmos guiar pela força soberana do povo.”
O reverendo do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), Txamuta Mulinga, disse que abordou com o vice-presidente do MPLA aspectos que devem nortear a boa governação de Angola nos próximos cinco anos. Pediu o aumento de mais infraestruturas como barragens, estradas e extensão do caminho-deferro para a Lunda Sul. O combate à corrupção também foi abordado durante o encontro.
Em relação às eleições de 23 de Agosto, o reverendo assegurou que o Conselho de Igrejas Cristãs em Angola tem um papel evangelista de sensibilizar todos os cristãos em idade eleitoral para exercerem o seu dever cívico e de cidadania.
O regedor do Sweja, Lucas dos Santos, que representou o Rei Lunda-Cokwe, Mwene Muatxissengue Wa Tembo, realçou que apresentou ao vice-presidente do MPLA um memorando que contém várias preocupações que afligem a população local.
Citou as dificuldades das estradas nacionais e terciárias, a questão da agricultura que requer meios mecanizados para o seu impulso, a construção de mais escolas do nível médio e superior para garantir a formação dos jovens. As autoridades pediram também a construção de campos multiusos e apoio à equipa de futebol Progresso da Lunda Sul.
Reconhecimento
João Lourenço atribuiu ontem mérito aos profissionais do Centro de Emprego e Formação Profissional de Saurimo pelo seu empenho em prol da formação do homem, capaz de contribuir para o desenvolvimento do país.
João Lourenço fez este elogio no acto de massas que decorreu na praça 1.º de Maio, onde foi apresentado publicamente aos militantes como candidato do MPLA a Presidente da República.