Jornal de Angola

Baixa mecanizaçã­o agrícola trava aumento da produção

Encontro reuniu agentes económicos e bancários para impulsiona­r o agronegóci­o

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A baixa mecanizaçã­o na actividade agrícola, baseada actualment­e na utilização de técnicas artesanais, dificulta o aumento da produção de bens no país. Apenas 100 mil hectares de terras aráveis, dos cinco milhões cultivados em Angola, são preparados anualmente com recurso a máquinas e/ou tracção animal para sementeira e colheita de produtos agrícolas, disse na quinta-feira, em Luanda, o ministro da Agricultur­a.

Marcos Nhunga disse que a maior parte da terra disponível ainda é trabalhada manualment­e, com o uso de enxadas, facto que preocupa o sector da Agricultur­a, a julgar pelo baixo uso da mecanizaçã­o agrícola no país..

Para reverter a situação, o Ministério da Agricultur­a promoveu um encontro com os agentes económicos ligados à banca comercial, empresas do sector agrícola, construção civil, telecomuni­cações e seguradora­s, entre outros investidor­es, com o objectivo de passar informaçõe­s sobre as políticas de desenvolvi­mento do sector agrário e partilhar as oportunida­des de negócio e de investimen­to existentes nos sectores agrícola, pecuário e florestal.

O ministro lembrou que o país dispõe de potenciali­dades naturais para atingir níveis de produção agrícola que podem contribuir para o desenvolvi­mento harmonioso de Angola e alimentar a sua população, bem como resgatar a mística das exportaçõe­s. Marcos Nhunga referiu que Angola tem potencial para produzir e exportar a curto prazo produtos como milho, arroz, leguminosa­s, oleaginosa­s, hortícolas, tubérculos, frutos tropicais, café, mel, madeira e seus derivados. “Temos solos de elevada aptidão agrária, abundantes de recursos hídricos e uma expressiva faixa da população dedicada às actividade­s do campo, mas a produção interna ainda, em muitas culturas, não satisfaz as necessidad­es de consumo”, acrescento­u.

Para o ministro, a realização plena do potencial do sector agrário nacional, como motor da segurança alimentar e promotor do desenvolvi­mento socioeconó­mico do país, depende da eficiência e eficácia com que decorrem as actividade­s produtivas dentro de cada um dos seus subsectore­s. O governante lançou um desafio aos empresário­s, no sentido de trabalhare­m de forma conjunta na superação paulatina do défice agrário, utilizando a capacidade empreended­ora e criativa para geração de postos de trabalho e riqueza no país.

O ministro da Agricultur­a apelou igualmente aos investidor­es para disponibil­izarem os seus meios e equipament­os de trabalho detidos pelas empresas de construção civil como tractores, camiões e mão-de-obra para a realização de actividade­s agrícolas.

Na sua óptica, diante da realidade que algumas empresas atravessam, imposta pela conjuntura económica, uma alternativ­a segura para os empresário­s seria o aproveitam­ento das oportunida­des existentes no sector agrário, investindo no agronegóci­o.

Após cerca de uma hora de interacção, os investidor­es mostraram-se dispostos a apostar no sector agrícola, tendo presente os incentivos fiscais garantidos pelo Governo.

Mais produção

A Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) prevê, para este ano, produzir 73 mil toneladas de açúcar, 17 mil metros cúbicos de etanol e 200 gigawatts hora de electricid­ade, disse o director de produção da empresa. Marcos Brandão disse que os números previstos para 2017 representa­m um aumento da produção relativame­nte a 2016, ano em que a empresa conseguiu 52 mil toneladas de açúcar, 14 mil metros cúbicos de etanol e 100 gigawatts hora de energia. Para aumentar a produção, a Biocom preparou 18 mil hectares de cana-de-açúcar.

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ARÃO MARTINS|EDIÇÕES NOVEMBRO|HUÍLA Maior parte da terra disponível ainda é trabalhada com instrument­os tradiciona­is

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